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França/ terrorismo

Suspeito de atentado na França admite ter decapitado empresário

Yassin Salhi, suspeito de cometer um atentado na região de Lyon (centro-leste da França), confessou ter decapitado o empresário Hervé Cornara, de 54 anos, encontrado no local do ataque. Neste domingo (28), o homem de 35 anos será transferido para a sede da polícia antiterrorismo, em Paris, para continuar a ser interrogado.

Policiais isolam área onde corpo de empresário foi encontrado, em fábrica de Saint-Quentin-Fallavier.
Policiais isolam área onde corpo de empresário foi encontrado, em fábrica de Saint-Quentin-Fallavier. AFP PHOTO/PHILIPPE DESMAZE
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Em Lyon, onde ele está detido desde sexta-feira, Salhi começou a responder aos questionamentos dos investigadores, depois de se manter calado por 24 horas. Uma fonte que participa das investigações informou à agência AFP que ele “reconheceu o assassinato do seu patrão”. Salhi começou a trabalhar este ano na empresa de transportes de Cornara.

A necropsia da vítima foi realizada neste sábado, com o objetivo de verificar se o cadáver foi decapitado antes ou após a morte da vítima. Os primeiros resultados não foram conclusivos.

Ao volante de caminhonetes da empresa, Salhi se dirigia regularmente à fábrica de gás do grupo americano Air Products, em Saint-Quentin-Fallavier, na mesma região. Os funcionários o conheciam, razão pela qual pôde entrar no local sem gerar desconfiança.

Cronologia do ataque

Segundo uma fonte próxima ao caso, a mulher do empresário assassinado o viu pela última vez pouco depois das 7h30 locais (2h30 de Brasília), em sua empresa de transportes na localidade de Chassieu. Ela cruzou com Salhi pouco antes de constatar que seu marido não estava mais lá.

A invasão à fábrica de gás, aconteceu por volta das 9h30 (4h30 de Brasília). O corpo da vítima foi encontrado no banco do carona da caminhonete usada pelo suspeito, enquanto a cabeça foi colocada no alto de uma grade, enrolada em bandeiras islamistas.

A prisão provisória de Yassin Salhi foi prorrogada, assim como a de sua mulher e de sua irmã, também detidas na sexta-feira. Em casos envolvendo acusações de terrorismo, esse tipo de detenção pode ser estendida por até 96 horas.

“Selfie” macabro

Os investigadores informaram que o suspeito enviou um "selfie" com a cabeça da vítima para um número de telefone canadense, através do aplicativo Whatsapp, de mensagens instantâneas. O porta-voz do ministro canadense da Segurança Pública, Steven Blaney, anunciou que o Canadá está colaborando com a França neste caso.

"Embora não possa comentar os aspectos operacionais da Segurança Nacional, posso dizer que estamos ajudando as autoridades francesas em sua investigação", resumiu o porta-voz Jean-Christophe de Le Rue.
A localização do contato de Yassin não foi estabelecida, completou outra fonte, advertindo que este destinatário pode ser apenas um número de passagem para outro telefone. Os investigadores se esforçarão para recriar o trajeto dessa foto para identificar seu destinatário, na França, ou no exterior.

“Guerra de civilizações”

Neste domingo, pela primeira vez, o primeiro-ministro da França-Manuel Valls, evocou o termo “guerra de civilizações” para explicar a onda de terrorismo pela qual passa o mundo. “Nós não podemos perder essa guerra porque, no fundo, é uma guerra de civilizações. Nós defendemos a nossa sociedade, a nossa civilização, os nossos valores”, declarou o premiê, em uma entrevista à imprensa francesa.

Valls lembrou que a França encara “uma ameaça terrorista única” que “vai ser longa”. O primeiro-ministro fez questão de explicar que essa “guerra de civilizações” não significa um choque entre o Ocidente e o mundo muçulmano, ou de uma civilização contra a outra.

“Não é uma guerra entre o Ocidente e o islã”, declarou. “Essa batalha acontece também dentro do próprio islã: entre, de um lado, os valores humanistas, universais, e do outro o obscurantismo totalitário que quer impor a sua visão à sociedade”, destacou.

(com informações AFP e Reuters)
 

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