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França/Terrorismo

Polícia busca eventuais cúmplices de atentado na França

O suspeito de ter realizado na sexta-feira (26) um atentado jihadista na região francesa de Lyon (centro-leste) e de ter decapitado o chefe dele continua sendo interrogado neste sábado (27) pelos investigadores. A polícia francesa tenta encontrar eventuais cúmplices. O presidente François Hollande realizou esta manhã uma reunião ministerial de emergência. As autoridades francesas tentam tranquilizar a população e respondem às criticas da oposição sobre a ação do governo na luta contra o terrorismo.

No dia seguinte do ataque, policiais vigiam os arredores da fábrica de gás de Saint-Quentin-Fallavier, perto de Lyon.
No dia seguinte do ataque, policiais vigiam os arredores da fábrica de gás de Saint-Quentin-Fallavier, perto de Lyon. AFP PHOTO/PHILIPPE DESMAZES
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Após a comoção provocada pelos três dias atentados de janeiro em Paris, seguidos por uma série de atos islamofóbicos em todo o país, as autoridades francesas tentam agora evitar a repetição de consequências desestabilizadoras. O conselho de ministros restrito nesta manhã no Palácio do Eliseu, contou com a presença do primeiro-ministro francês, Manuel Valls, que encurtou uma visita à América do Sul, depois do atentado. Os ministros das Relações Exteriores, Justiça, Interior e Defesa também participaram do encontro, presidido por François Hollande.

“Diante desse alto nível de ameaça, o governo continuará a agir sem trégua”, garantiu o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve. Para responder às criticas, ele destacou todas as medidas tomadas nos últimos seis meses, incluindo a adoção da polêmica lei sobre os serviços de informação e a contratação de 1.500 agentes desde janeiro para reforçar a segurança.

O primeiro-ministro Valls teme que este ataque que "criou uma tensão forte na sociedade francesa, seja explorado". No avião que o trouxe de volta à França , ele declarou que “este ato macabro de decapitação (...) é algo novo na França", e tem o objetivo de intimidar.

Encenação macabra

O suposto autor do ataque, Yassin Salhi, de 35 anos, casado e pai de três crianças, invadiu a fábrica de gás industrial na região de Lyon com a intenção de provocar uma explosão, ferindo levemente duas pessoas. Nas grades da empresa, foram encontradas bandeiras islamitas ao lado da cabeça decapitada do dono da empresa de transportes onde trabalhava o suspeito. Essa é a primeira vez na França que uma vítima é decapitada em um ataque terrorista, método utilizado com frequência pelo grupo Estado Islâmico.

A mulher e a irmã do suspeito também estão detidas. A polícia realizou buscas no apartamento de Salhi, assim como na empresa de transportes onde ele trabalhava para tentar descobrir os motivos do ataque e eventuais cúmplices.

Salhi - nascido na França de pai de origem argelina e mãe de origem marroquina - foi investigado em 2006 e vigiado pelos serviços de inteligência franceses por seu vínculo com o movimento salafista, um braço do sunismo radical, mas o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, disse que ele não tinha antecedentes criminais. "

O ataque contra a fábrica de gás francesa ocorreu no mesmo dia dos atentados na Tunísia, onde 38 turistas morreram e no Kuwait, que deixou 26 mortos, reivindicados pelo grupo Estado Islâmico. Estas ações aconteceram três dias antes do primeiro aniversário do califado proclamado pelo grupo EI nos territórios que conquistou na Síria e no Iraque.

(com informações da AFP)

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