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Papa/Argentina

Argentina faz festa para o papa popular

Reservado, simples e humilde, devoto de São Francisco de Assis, Jorge Bergoglio sempre foi próximo das demandas populares e crítico dos políticos. Os argentinos festejaram nas ruas a designação do papa mais próximo do povo.

Os argentinos festejam a eleição do primeiro papa sul-americano.
Os argentinos festejam a eleição do primeiro papa sul-americano. REUTERS/Agustin Marcarian
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Márcio Resende, correspondente em Buenos Aires

Para os argentinos, a "fumata branca" foi na verdade "azul e branca", as cores da bandeira argentina. Logo depois que Jorge Bergoglio virou o Papa Francisco, a histórica Praça de Maio foi tomada por bandeiras da Argentina e do Vaticano.

Em frente à praça tão acostumada aos protestos, a Catedral Metropolitana foi, desta vez, o cenário de uma verdadeira festa popular. Dentro, missas e aplausos de homenagem ao primeiro papa latino-americano que morava num austero quarto atrás desta Catedral. Do lado de fora da Catedral, canções religiosas e cantigas típicas dos estádios de futebol exaltavam o fato de o papa ser argentino."Estou muito orgulhoso de ter um Papa argentino. Deus nos abençoou", desabafa Diego Pagano, de 57 anos. Para Gloria Maidán, de 76 anos, a mesma idade do novo papa, o que aconteceu foi um milagre: "A escolha de Bergoglio é um milagre. Acontece num momento de muita necessidade para o povo argentino".

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A festa continua após a escolha do Arcebispo de Buenos Aires para liderar a igreja catolica. Márcio Resende, correspondente da RFI na Argentina.

Com forte presença de jovens, centenas de pessoas continuaram em frente à Catedral ao longo da noite. Todas com uma história para contar como Melina Piñeyro, de 17 anos, quem recebeu a primeira comunhão de quem viria ser o próprio Papa. "Ele fez a minha primeira comunhão no colégio. Foi sempre um exemplo para os jovens". Clique no link ao lado para ouvir a reportagem completa.

Jorge Bergoglio sempre foi famoso pela humildade, pela simplicidade, pelo contato com os pobres nas favelas e pela auteridade. Com frequência era visto andando de metrô ou de ônibus. É fanático torcedor de futebol e sócio de carteirinha do clube San Lorenzo, um clube com nome de santo. Não gosta de dar entrevistas, não aceita convites para restaurantes e mantém sempre um perfil baixíssimo.

É considerado um moderado, ortodoxo em questões como o casamento homossexual. No entanto, como arcebispo de Buenos Aires, Bergoglio rezou diversas missas com críticas diretas aos políticos. Sempre atacou a corrupção, a desigualdade social, os discursos populistas e até a política dos governos Kirchner, com quem manteve uma sempre uma tensa relação.

 

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