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França anuncia ajuda de 12 milhões de euros para vítimas do terremoto na Síria

As equipes de emergência da Turquia e da Síria correm contra o tempo nesta quinta-feira (9) para resgatar aqueles que podem ser os últimos sobreviventes do tremor de 7,8 graus de magnitude que atingiu parte do Oriente Médio, na segunda-feira (6), e que teve dezenas de abalos secundários. Até agora, a tragédia matou mais de 17.500 pessoas, conforme o último balanço divulgado. A França anunciou uma ajuda financeira de € 12 milhões para apoiar o resgate no lado sírio. 

Equipes de emergência da Turquia e da Síria tentam resgatar aqueles que podem ser os últimos sobreviventes do terremoto de 6 de fevereiro de 2023.
Equipes de emergência da Turquia e da Síria tentam resgatar aqueles que podem ser os últimos sobreviventes do terremoto de 6 de fevereiro de 2023. AP - Hussein Malla
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Com informações de Céline Pierre-Magnani e Sami Boukhelifa, da RFI

Os grupos de resgate correm contra o tempo na Turquia e na Síria para tentar encontrar os últimos sobreviventes dos terremotos que abalaram a região no início da semana. As primeiras 72 horas são cruciais para encontrar sobreviventes, com mais de 90% das vítimas ainda vivas sendo resgatadas durante este período.

Em Gaziantep, uma das cidades mais afetadas, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan anunciou que o balanço do país subiu para 14.014 mortos e mais de 60.000 feridos. 

As equipes de resgate têm fotos das pessoas desaparecidas para tentar identificar os corpos. A missão de encontrar sobreviventes se torna ainda mais dura com o frio congelante, que chegava a -5ºC no início desta manhã.

Toda a Turquia está mobilizada para socorrer milhares de vítimas do terremoto que teve o epicentro em Kahramanmaras, no sul do país. Localizada a algumas centenas de quilômetros de lá, a cidade de Adiyaman foi literalmente devastada. Milhares de edifícios desabaram, 60% do total, segundo o partido HDP.

Diante dos escombros, Abdullahi, voluntário da equipe de resgate, lamenta a falta de coordenação. “A [falta de] coordenação é  uma catastrófe”, diz em entrevista à RFI. “As escavações começaram, mas a mulher cuja voz nós ouvimos, não se ouve mais. Ela e os outros estão provavelmente mortos”, lamenta. “Aqui em Adiyaman, deixamos as pessoas morrerem diante dos nossos olhos”, acrescenta.

Assistência ainda mais difícil na Síria

Do lado sírio, os moradores reclamam a falta de apoio humanitário internacional. “Nós não recebemos nenhuma ajuda. Se você for nesses sites de monitoramento de tráfego aéreo, vai ver que todos os aviões carregados com ajuda humanitária só estão aterrissando na Turquia. O céu sírio está vazio”, observa Fadi, um pai de família residente em Idlib, na Síria.

A assistência humanitária à Síria é uma questão delicada para os países ocidentais. O governo de Bashar al-Assad, sob sanções da União Europeia (EU) há anos, fez um pedido formal de ajuda ao bloco. Porém, o regime estaria obrigando os aviões a passar por Damasco, uma forma de legitimar o poder do ditador em meio à tragédia.

Fadi lamenta a falta de assistência a uma das cidades mais abaladas pelo terremoto. “A Síria não existe mais para ninguém. Eu posso contar todo o desastre que nós estamos vivendo aqui, mas as palavras não são fortes o suficiente para descrever o nosso sofrimento", completa.

França envia € 12 milhões

Nesta quinta, a França anunciou ajuda financeira de € 12 milhões a ONGs e as Nações Unidas para auxiliar a população síria afetada pelo terremoto.

"Nosso posicionamento político não mudou e diferentemente (do presidente sírio) Bashar al-Assad, estamos trabalhando em favor da população síria", disse o vice-porta-voz do ministério das Relações Exteriores da França, François Delmas.

Enviado Especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, disse em Genebra que a população síria carecia de "absolutamente tudo".

Um primeiro comboio de ajuda humanitária da ONU pôde atravessar a passagem de Bab al-Hawa, na fronteira com a Turquia, e seguiu para as regiões sírias atingidas, onde há forte presença de rebeldes. Um correspondente da AFP observou seis caminhões carregados com material para barracas e produtos de higiene. O carregamento, no entanto, já estava planejado antes do terremoto devastador que atingiu a região na segunda-feira.

O mecanismo de entrega de suprimentos da Turquia para a zona rebelde da Síria através de Bab al-Hawa é a única maneira pela qual a ONU pode ajudar os civis sem cruzar as áreas controladas por Damasco. Embora o ponto de fronteira em si não tenha sido afetado pelo tremor de terra, a estrada que leva ao local foi danificada, o que provocou a interrupção temporária do envio de mantimentos, informou a ONU na terça-feira (7).

(Com informações da AFP)

 

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