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Com pedidos em queda, AstraZeneca retira vacina contra Covid-19 do mercado europeu

A gigante farmacêutica britânica AstraZeneca confirmou nesta quarta-feira (8) que vai deixar de vender sua vacina contra a Covid-19 Vaxzevria, uma das primeiras a serem comercializadas durante a pandemia. O motivo principal citado é a queda na demanda pelo imunizante. 

Gigante farmacêutica britânica AstraZeneca decidiu retirar a autorização de comercialização da Vaxzevria na Europa, segundo comunicado divulgado nesta quarta-feira, 8 de maio de 2024.
Gigante farmacêutica britânica AstraZeneca decidiu retirar a autorização de comercialização da Vaxzevria na Europa, segundo comunicado divulgado nesta quarta-feira, 8 de maio de 2024. REUTERS - DADO RUVIC
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O grupo britânico relatou ainda um “excedente de vacinas” para lidar com as diferentes variantes do vírus e um “declínio na demanda pela Vaxzevria, que já não é mais fabricada ou distribuída”. 

“A AstraZeneca tomou, portanto, a decisão de retirar a autorização de comercialização da Vaxzevria na Europa”, diz o comunicado. E anunciou ainda querer “concluir este capítulo”.

Na véspera, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) também anunciou em seu site que a autorização de comercialização da Vaxzevria havia sido retirada a pedido da empresa farmacêutica.

O grupo também “trabalhará com outros órgãos reguladores em todo o mundo para iniciar a retirada das autorizações de comercialização da Vaxzevria onde não houver expectativa de demanda futura pela vacina”.

Uma fonte próxima à administração da empresa relatou à jornalistas da agência de notícias AFP que “não há vendas há algum tempo”.

“Estamos incrivelmente orgulhosos do papel que Vaxzevria desempenhou no fim da pandemia”, acrescentou o grupo em sua declaração, afirmando que “de acordo com estimativas independentes, mais de 6,5 milhões de vidas foram salvas somente no primeiro ano” de uso do imunizante, “e mais de três bilhões de doses foram distribuídas em todo o mundo”.   

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Desvantagens e riscos de trombose

Embora o lucro da AstraZeneca no primeiro trimestre tenha aumentado 21% em relação ao ano anterior, impulsionado principalmente pelas vendas no segmento de oncologia, o grupo vem relatando um declínio constante nas vendas de medicamentos relacionados à Covid há meses - assim como sua rival GSK, que ficou bem para trás na corrida para desenvolver uma vacina.

A Vaxzevria, uma das primeiras no mercado, sofreu uma série de contratempos, incluindo a falta de autorizações para comercialização em alguns países, como os Estados Unidos. A vacina também teve problemas de entrega na Europa, combinados com suspeitas de aumento dos riscos de trombose após várias mortes.

A Astrazeneca afirma que, em abril de 2021, com a concordância do órgão regulador britânico MHRA, atualizou as informações sobre a Vaxzevria para incluir a possibilidade de que, em casos raros, ela poderia desencadear trombose.

O Reino Unido, que inicialmente contava com a Vaxzevria no início de sua campanha de vacinação anti-Covid, posteriormente a substituiu por imunizantes concorrentes. As vacinas da AstraZeneca e da Johnson & Johnson logo foram amplamente abandonadas em favor das da Pfizer-BioNTech e da Moderna, ambas vacinas de RNA mensageiro, nos países europeus.

No entanto, a AstraZeneca e a Johnson & Johnson mantiveram um papel central na Covax, um esquema internacional de ajuda à vacinação contra a Covid para países menos ricos.

A AstraZeneca ressalta que os órgãos reguladores e vários estados que autorizaram a vacina consideraram que “os benefícios da vacinação superavam em muito os riscos de efeitos colaterais extremamente raros”.

Já abolida na Austrália desde o ano passado

As síndromes de trombose em questão, trombocitopenia (TTS), levam à formação de um coágulo sanguíneo com consequências potencialmente fatais. Essa síndrome rara ocorreu em cerca de 2 a 3 de cada 100 mil pessoas vacinadas com o soro da AstraZeneca. O TTS parece ser mais grave em mulheres jovens. Quase todos os casos relatados ocorreram após a primeira dose da vacina.

O grupo está enfrentando vários processos judiciais sobre as consequências da vacina, incluindo um no Reino Unido em nome de 51 pessoas.

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