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Vladimir Putin promete 'vitória' aos russos ao tomar posse para 5° mandato à frente do país

Vladimir Putin tomou posse nesta terça-feira (7) para um quinto mandato à frente da Rússia, até 2030, prometendo a seus compatriotas vencer “juntos” o conflito armado contra a Ucrânia, apresentado como "existencial".

O presidente russo, Vladimir Putin, toma posse após a reeleição para um quinto mandato. Em 07 de maio de 2024, em Moscou.
O presidente russo, Vladimir Putin, toma posse após a reeleição para um quinto mandato. Em 07 de maio de 2024, em Moscou. AFP - ALEXEY MAISHEV
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Durante uma cerimônia no Kremlin, na presença de 2.500 convidados, incluindo a elite política do país e soldados que lutam na Ucrânia, o presidente russo, de 71 anos, fez um breve discurso solene.

“É uma grande honra, uma responsabilidade e um dever sagrado”, declarou, agradecendo aos “heróis” que lutam no front.

“Atravessaremos este período difícil com dignidade e ficaremos ainda mais fortes”, acrescentou o líder russo, segundo um jornalista da agência AFP presente no local.

Em plena tensão com os ocidentais, apoiadores de Kiev contra a ofensiva russa, Putin garantiu que Moscou não recusava o “diálogo”, mas que a escolha "dependia deles”.

“É possível uma discussão sobre questões de segurança e estabilidade estratégica (…) mas apenas em pé de igualdade, respeitando os interesses de todos”, afirmou.

Na véspera, ele ordenou a realização de exercícios nucleares perto da Ucrânia em resposta, segundo o Kremlin, a declarações de líderes ocidentais consideradas ameaçadoras, em particular a do presidente francês, Emmanuel Macron, sobre o possível envio de tropas para a Ucrânia.

“Somos um povo unido e grande, e juntos superaremos todos os obstáculos (…) Juntos venceremos”, concluiu Vladimir Putin. Ele então participou de uma cerimônia religiosa na presença do Patriarca Kirill, chefe da Igreja Ortodoxa russa e grande defensor do Kremlin.

Poder indiscutível

O chefe de Estado russo, no poder há quase um quarto de século, goza de um poder incontestado na Rússia após o esmagamento das últimas vozes dissidentes na sequência do conflito na Ucrânia.

Putin fica no poder até 2030, com possibilidade de cumprir outro mandato até 2036.

A posse ocorreu, este ano, dois dias antes do aniversário da vitória soviética de 9 de maio contra a Alemanha nazista, cuja celebração é um pilar da política de Vladimir Putin, que afirma estar combatendo os “neonazistas”.

A cerimônia também coincide com uma situação mais favorável para o exército russo, que sofreu reveses humilhantes na primavera e no outono de 2022, durante os primeiros meses do seu ataque em grande escala a Kiev.

Nas últimas semanas, os ataques russos no leste da Ucrânia aumentaram em intensidade e permitiram a captura gradual de várias localidades, particularmente na área da importante cidade de Avdiïvka, conquistada em meados de fevereiro.

Do lado oposto, as tropas de Kiev carecem de munições e de recrutas após a sua contra-ofensiva mal sucedida em meados de 2023. Os ucranianos aguardam a chegada de nova ajuda americana, enquanto a indústria de defesa russa está a todo vapor.

“Nem paz, nem liberdade”

Em março, após uma votação oficialmente ganha com mais de 87% dos votos expressos, Vladimir Putin já tinha pintado o retrato de uma Rússia “unida” com ele e as forças armadas.

No exílio, a viúva de Alexeï Navalny, Yulia Navalnaïa, que jurou continuar a sua luta, condenou Vladimir Putin num vídeo publicado nesta terça-feira, poucos minutos antes do início da cerimônia de posse.

“Com ele no comando, o nosso país não terá paz, nem desenvolvimento, nem liberdade”, disse ela.

Na segunda-feira, a diplomacia ucraniana estimou que a posse pretendia dar “uma ilusão de legalidade” à continuação do poder de Putin, que, segundo Kiev, transformou a Rússia “num Estado agressor” e “numa ditadura”. 

Os principais membros da oposição russa estão agora no exílio ou na prisão, tal como centenas de pessoas comuns que manifestaram a sua oposição à ofensiva de Moscou contra o seu vizinho ucraniano.

O chefe do Kremlin enfrenta, no entanto, vários desafios, especialmente econômicos, enquanto o resultado do conflito na Ucrânia, que é muito letal, ainda parece incerto.

A inflação, impulsionada sobretudo pela explosão do orçamento federal, ligada aos gastos militares, continua persistente e preocupa a população, cujo poder de compra já está prejudicado pelos efeitos das sanções ocidentais.

E a economia russa, ainda dependente das receitas dos hidrocarbonetos, deve também negociar uma mudança, reivindicada por Vladimir Putin em direção à Ásia, mesmo que ainda falte a infraestrutura necessária, dispendiosa e demorada para construir.

(Com AFP)

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