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Xi Jinping em Paris: Emmanuel Macron defende "regras justas para todos" no comércio

O presidente francês, Emmanuel Macron, recebeu nesta segunda-feira (6) o seu homólogo chinês, Xi Jinping, para uma visita de Estado à França até a terça-feira (7), ocasião para marcar os 60 anos das relações diplomáticas entre os dois países e discutir questões comerciais entre a Europa e a China.

Emmanuel Macron e Xi Jinping em Paris, em 6 de maio de 2024.
Emmanuel Macron e Xi Jinping em Paris, em 6 de maio de 2024. REUTERS - Gonzalo Fuentes
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“O futuro do nosso continente dependerá muito claramente da nossa capacidade de continuar a desenvolver relações com a China de uma forma equilibrada”, disse Macron no Palácio do Eliseu, no início de uma reunião com a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. A "coordenação" com Pequim nas "grandes crises" na Ucrânia e no Oriente Médio é "absolutamente decisivo", disse ela.

Em seu primeiro encontro com Macron desde que chegou à França, na tarde de domingo (5), Xi Jinping propôs que seu país e a UE reforcem a sua "coordenação estratégica" e "desenvolvam parceiras". A China é uma grande potência mundial, um ator-chave na cena internacional e um parceiro com o qual a França quer discutir. 

Por ocasião desta visita de Estado, Emmanuel Macron pretende promover os interesses franceses, mas também europeus. Ele abordará com seu homólogo questões econômicas e comerciais: a ambição é melhorar o acesso das empresas francesas ao mercado chinês e construir relações econômicas baseadas na “reciprocidade”, indicou o presidente, na semana passada. Setores estratégicos de concorrência são os relacionados à transição energética, como veículos elétricos, energia fotovoltaica e energia eólica.  

Xi Jinping desembarcou em Paris no domingo e foi recebido pelo primeiro-ministro francês, Gabriel Attal.

A programação desta segunda-feira é organizada em Paris com o encontro no Palácio do Eliseu, uma cerimônia de passagem das tropas em revista nos Inválidos, reuniões econômicas no teatro Marigny e um grande jantar de Estado, no palácio presidencial, onde os dois líderes brindarão à relação bilateral. 

Macron e Xi Jinping se conhecem bem. O chefe de Estado francês já visitou a China diversas vezes e o presidente chinês realiza a sua segunda visita de Estado à França, desde 2017. 

China's President Xi Jinping arrives for a meeting with French President Emmanuel Macron and European Commission President Ursula von der Leyen (not seen) at the Elysee Palace in Paris as part of the
O presidente da China, Xi Jinping, chega para uma reunião com o presidente francês, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen no Palácio do Eliseu, em Paris, como parte da visita de Estado de dois dias do líder chinês à França, em 6 de maio de 2024. REUTERS - Gonzalo Fuentes

Macron também quer mostrar mais das belezas de seu país e organizou uma visita ao Col du Tourmalet, nos Altos Pireneus, região de origem da sua avó e onde passa as férias. Em 2023, durante a última viagem de Macron à China, Xi Jinping deu-lhe “a honra” de recebê-lo em um “lugar muito pessoal” em Cantão.

Agora, a retribuição do líder francês dá um tom mais intimista a esta visita formal e de elevado interesse diplomático.

Intimidade e diplomacia 

Um dos desafios da visita é tratar com Xi Jinping de grandes crises internacionais, especialmente sobre a Ucrânia. A China é uma das principais parceiras da Rússia.

Emmanuel Macron espera, segundo o Palácio do Eliseu, encorajar Xi Jinping a “usar sua influência sobre Moscou para mudar os planos” de Vladimir Putin e “contribuir para a resolução do conflito”.  

Em abril de 2023, Xi Jinping concordou em telefonar para o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para ouvir a sua visão sobre o conflito com a Rússia, após uma visita de Macron à China.

Uma das questões delicadas é a atuação direta de empresas chinesas no poderio militar russo.  

A posição de Emmanuel Macron em relação a Moscou endureceu consideravelmente nos últimos meses. O chefe de Estado afirmou, em uma entrevista à The Economist, que a Rússia não deveria vencer a guerra e representava um perigo para a segurança europeia.

Segundo o presidente francês, “não é do interesse da China ter uma Rússia que desestabilize a ordem internacional. Devemos, portanto, trabalhar com a China para construir a paz”. 

RFI com AFP

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