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Cerca de 23 milhões de pessoas podem ter sido atingidas pelo terremoto na Turquia e na Síria, diz OMS

O balanço de mortos nos dois terremotos que atingiram na segunda-feira (6) o sudeste da Turquia e norte da Síria já ultrapassa cinco mil mortos - ao menos 3.400 vítimas do lado turco e mais de 1.600 no território sírio - um balanço ainda provisório. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de vítimas pode ser oito vezes maior. 

Socorristas tiram uma sobrevivente dos escombros em Adana, na Turquia, na segunda-feira (6).
Socorristas tiram uma sobrevivente dos escombros em Adana, na Turquia, na segunda-feira (6). © AP - Elifaysenurbay
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que os mapas das áreas atingidas pelos terremotos mostram que "23 milhões de pessoas estão potencialmente expostas, entre as quais há cinco milhões de pessoas vulneráveis", responsável pelo programa de emergência da organização.

Já o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou o envio de material médico à Turquia e à Síria em três voos que sairão da plataforma logística de Dubai. Equipes de emergência da organização também foram mobilizadas para o tratamento dos feridos e ajuda às pessoas mais vulneráveis.

"É uma corrida contra o relógio. Cada minuto, cada hora que passa as chances de encontrarmos sobreviventes diminuem", declarou Ghebreyesus. O chefe da OMS se diz "particularmente preocupado" com as zonas isoladas, sobre as quais ainda não há notícias. 

Oito mil pessoas resgatadas em 24 horas

Na Turquia, pelo menos 5 mil imóveis desabaram e cerca de 8 mil pessoas foram retiradas dos escombros nas últimas 24 horas. Muitos resgates são feitos por socorristas locais, com ajuda de familiares e vizinhos. 

Segundo a agência turca de gestão de catástrofes, 13.740 socorristas atuam em áreas atingidas pelo terremoto. Eles são responsáveis pela distribuição de 41 mil barracas, 100 mil colchões e 300 mil cobertas.  

O frio, a chuva e a neve em algumas localidades tornam as operações mais complexas. Nesta madrugada, os termômetros caíram abaixo de zero na fronteira entre a Síria e a Turquia. Os desabrigados estão sujeitos à hipotermia; alguns passaram a noite no carro, em ônibus ou ao redor de fogueiras para se aquecer. 

Ao menos 185 réplicas dos abalos foram registradas nas últimas 24 horas; a mais forte de magnitude 5,5 ao amanhecer desta terça-feira (7) em Golbasi, no sul da Turquia. Em meio ao caos provocado pelos dois terremotos de 7,8 e 7,5 na escala Richter, 20 supostos combatentes do grupo Estado Islâmico (EI) fugiram da prisão síria de Rajo. 

Ajuda à Turquia

O presidente turco, Recep Tayyp Erdogan, disse que 45 países ofereceram ajuda. O apoio internacional começa a chegar à Turquia nesta terça-feira.

Cerca de 150 franceses planejam ir para Kahramanmaras, uma área de difícil acesso, recoberta pela neve, epicentro do primeiro terremoto. Dois destacamentos americanos de 79 socorristas cada um também devem chegar hoje à Turquia. 

A China anunciou nesta terça-feira que estava enviando US$ 5,9 milhões em ajuda, incluindo socorristas especializados em resgate urbano, equipes médicas e equipamentos de emergência.   

Ajudar os desabrigados na Síria é o ponto mais complicado, principalmente na região rebelde de Idlib, no noroeste do país. Último reduto controlado por rebeldes e jihadistas, 4,8 milhões de pessoas vivem nessa área em condições precárias, muitas delas deslocadas pela guerra civil, instaladas em barracas. 

O regime ditatorial de Damasco, sob sanções internacionais desde o início da guerra civil, há 11 anos, já recebeu promessa de ajuda da aliada Rússia, mas estende o pedido a toda a comunidade internacional. O embaixador sírio nas Nações Unidas garantiu que a ajuda iria "para todos os sírios, em todo o país". O que muitas ONGs acreditam ser improvável no caso das áreas rebeldes, além desse apelo representar um problema de ordem diplomática com o governo de Bashar al-Assad. 

(RFI com agências)

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