Colômbia e Venezuela chegam a acordo para normalizar relações e reabrir fronteira
Depois de uma reunião de cinco horas em Quito, nesta segunda-feira (21), os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da Venezuela, Nicolás Maduro, chegaram a um acordo para restabelecer o diálogo diplomático e a "normalização progressiva" da fronteira entre os dois países. A crise foi deflagrada há pouco mais de um mês, quando militares venezuelanos foram alvo de tiros na fronteira binacional.
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O encontro, mediado pelos presidentes do Equador, Rafael Correa, e do Uruguai, Tabaré Vázquez, terminou com o compromisso de Bogotá e Caracas de investigar a situação da fronteira de 2.210 mil Km, fechada parcialmente desde o dia 19 de agosto por decisão de Nicolás Maduro.
Ao ler o documento final do encontro, Correa informou que o acordo prevê o retorno imediato dos respectivos embaixadores a seus postos. Eles tinham sido chamados para consultas no dia 27 de agosto. Na quarta-feira (23), equipes ministeriais irão se reunir em Caracas para discutir "pontos sensíveis na fronteira".
"Triunfo da sensatez"
"Triunfou hoje a sensatez, o diálogo, e o que deve triunfar sempre, a paz. Não há espaço para o ódio, nem para a intolerância, nem para o revanchismo", afirmou Maduro em uma declaração para a imprensa, após a reunião. Os jornalistas não puderam fazer perguntas.
O presidente da Colômbia também saiu satisfeito do encontro. "Podemos começar a respeitar nossas diferenças, e respeitando essas diferenças, podemos começar a trabalhar com objetivos comuns. E assim, começamos a trabalhar em muitas frentes que nos unem, entre elas, a paz", disse.
"Aqui prevaleceu, como diz o presidente Maduro, a sensatez. Esta foi uma discussão, um diálogo sereno, respeitoso e produtivo e me agrada, muitíssimo, poder restabelecer este diálogo com a Venezuela, porque dissemos isso tantas vezes: quando dois presidentes têm diferenças quem sofre é o povo", destacou o presidente colombiano.
Santos reconheceu o "direito" da Venezuela de impor controles na zona da fronteira e lembrou que apenas exigiu o "respeito aos direitos dos colombianos" que foram deportados ou forçados a deixar o território venezuelano.
A crise teve início depois do ataque a uma patrulha venezuelana que combate o contrabando na região de fronteira.
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