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Linha Direta

Comissão da Corte Interamericana avalia situação dos deportados colombianos

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Continua a tensão entre a Venezuela e a Colômbia. Para tentar observar a situação dos deportados, uma Comissão da Corte Interamericana de Direitos Humanos chegou na quinta-feira (10) a Bogotá, enquanto na Venezuela o presidente Nicolás Maduro anunciou a “Missão Nova Fronteira de Paz”.

O presidente Nicolás Maduro anunciou a criação da “Missão Nova Fronteira de Paz”.
O presidente Nicolás Maduro anunciou a criação da “Missão Nova Fronteira de Paz”. REUTERS/Miraflores Palace/Handout
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Elianah Jorge, corrrespondente da RFI Brasil na Venezuela

O presidente Nicolás Maduro convidou toda a comunidade colombiana residente na Venezuela para participar de um seminário de consulta nacional que será realizado nesta sexta-feira (11).

Segundo o presidente, essa será uma missão cívico-militar que vai percorrer toda a fronteira com a Colômbia. O objetivo é proteger os venezuelanos que moram nas regiões de fronteira, e esse novo programa social vai transformar a fronteira em uma região econômica produtiva e que fomente o comércio saudável.

Maduro quer o fim do contrabando de produtos e de combustível, o ataque ao bolívar - a moeda venezuelana- e ajuda para combater o narcotráfico. Maduro enfatizou que ele vai cuidar do lado venezuelano e que o presidente Juan Manuel Santos deverá se encarregar do lado colombiano.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos enviou na quinta-feira (10) uma equipe para a região da fronteira. O foco é verificar a situação dos deportados e do êxodo massivo de cerca de 18 mil colombianos, além das mais de duas mil queixas de denúncias apresentadas às autoridades colombianas.

Queixas que vão de agressões físicas a desalojamento forçado, separação de famílias e perda de bens. A vista começou em Bogotá e se dirige a Cúcuta e ao norte de Santander, onde está boa parte dos deportados e dos colombianos que optaram por sair da Venezuela por temor.

Direitos humanos

A visita “in loco” é uma das ferramentas da CIDH para averiguar a situação dos direitos humanos no terreno. A situação voltou a ficar tensa esta semana quando Maduro fechou outro trecho de fronteira, desta vez em Zulia, uma região dominada pelos índios wayu. Tanto em Táchira como em Zulia os comerciantes reportam prejuízos altíssimos.

Mesmo com esta crispação, as chanceleres dos dois países voltam a se encontrar neste sábado (12), desta vez em Quito, no Equador. O encontro será intermediado pelo chanceler equatoriano Ricardo Patiño.

Bastante otimista, Patiño afirma que é ampla a vontade de trabalhar unitariamente e de conseguir resultados e por isso ele não descarta um encontro entre Santos e Maduro. Ambos os presidentes já manifestaram interesse em se reunir para limar as diferenças geradas pelo fechamento da fronteira, em 19 de agosto deste ano.

Nacionalidade e residência

O governo venezuelano tem manifestado nas esferas internacionais uma boa disposição para sair bem na foto. Há pouco Maduro lançou a proposta de dar nacionalidade e residência a alguns colombianos. Também fez uma suntuosa doação para as vítimas de um desastre natural na Dominica. Agora quer receber 20 mil refugiados sírios, embora a Venezuela seja aliada do regime vigente na Síria.

Mas chamou atenção o editorial intitulado “A verdade sobre a situação na fronteira colombo-venezuelana”, patrocinado pela Venezuela e publicado no jornal americano The New York Times. No texto o governo justifica que a Venezuela foi “obrigada a tomar medidas extraordinárias constitucionais diante do fechamento de parte de sua fronteira para proteger seus cidadãos”. Essas ações, mais que esclarecer, acabam confundindo.

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