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Estados Unidos/Iraque

Obama promete estratégia de longo prazo contra Estado Islâmico

Em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (18), o presidente americano Barack Obama garantiu que está preparado para uma luta de longo prazo contra o Estado Islâmico (EI), que chamou de "ameaça não só para o Iraque, mas para toda a região". De acordo com ele, os jihadistas "dizem representar as dores dos sunitas, mas massacram homens, mulheres e crianças sunitas".

O presidente Barack Obama conversa com jornalistas na Casa Branca, nesta segunda-feira
O presidente Barack Obama conversa com jornalistas na Casa Branca, nesta segunda-feira REUTERS/Larry Downing
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Os Estados Unidos já estão envolvidos no combate: pela primeira vez desde a retirada das tropas, em dezembro de 2011, bombardearam alvos no país, para conter o avanço dos jihadistas. No domingo, foram 14 ataques e na segunda-feira, 15, todos nas cercanias da barragem de Mossul, a maior do país, que foi recuperada das mãos dos insurgentes pelas forças curdas e iraquianas, com auxílio dos aviões americanos.

"Vamos continuar a procurar uma estratégia de longo prazo para reverter a tendência contra o EI, apoiando o novo governo iraquiano", que deve ser constituído pelo primeiro ministro Haidar al-Abadi. Obama pediu que o premiê trabalhe para formar "um governo de união munido de um programa nacional que represente os interesses de todos os iraquianos".

Barragem estratégica

Apoiados por bombardeios americanos, os combatentes curdos e iraquianos, continuaram sua ofensiva contra o Estado Islâmico nesta segunda-feira, depois de retomar a principal barragem do Iraque durante o fim de semana. A reconquista desta barragem em Mossul no norte do país é o principal revés sofrido pelo grupo jihadista, desde que ele lançou, em 9 de junho, uma ofensiva que tomou grandes fatias do território iraquiano.

Hoje, os combates migraram um pouco para o sul, enquanto especialistas buscavam eventuais explosivos deixados pelos insurgentes na instalação. As forças armadas americanas informaram 15 bombardeios contra posições jihadistas em torno da barragem, destruindo 9 bases, um ponto de controle, seis tanques e um blindado leve. Ontem, foram 14 ataques aéreos.

Na Síria, onde os extremistas também promoveram o terror, eles foram atacados pela Força Aérea de Bashar al-Assad, que lançou vários bombardeios nas últimas 48 horas. Acusado de uma série de execuções sumárias, estupros e perseguições, este grupo islâmico ultra-radical proclamou um califato no fim de junho nos dois países.

Comunidade internacional contra o EI

No início de agosto, combatentes curdos do Iraque, da Síria e da Turquia uniram forças em uma rara aliança para enfrentar o avanço jihadista que ameaçava o Curdistão iraquiano autônomo. O presidente americano Barack Obama autorizou bombardeios para apoiar as forças locais e defender os interesses americanos no país. David Cameron, premiê britânico, afirmou que o Reino Unido aplicará toda sua capacidade militar para impedir a progressão do Estado Islâmico.

Na tarde de segunda-feira (18), o papa Francisco fez uma crítica velada à atuação norte-americana no Iraque, ao recomendar que a "agressão injusta" dos jihadistas do Iraque seja freada por uma ação coletiva da ONU e não em uma intervenção unilateral. O sumo pontífice disse que está disposto a viajar ao Iraque, se necessário.

Depois de pouco mais de dois meses de violência, as potências ocidentais liberaram ajuda humanitária às centenas de milhares de refugiados, além de armamentos às forças curdas. As populações mais ameaçadas pela insurgência são as minorias yazidis, cristãs, shabaks e turcomenas.
 

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