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Do estrelato aos tribunais, relembre a vida de O.J. Simpson, morto aos 76 anos nos EUA

O.J. Simpson, que morreu aos 76 anos nesta quinta-feira (11), foi uma figura importante na cultura norte-americana, em uma sociedade marcada pela polêmica absolvição, em 1995, do ex-astro do futebol pelo assassinato de sua ex-mulher. Apesar da absolvição surpreendente, a história de Orenthal James Simpson é a do declínio inexorável de um homem que é considerado o primeiro superastro negro dos Estados Unidos.

O.J. Simpson e sua irmã Carmelita Durio (2ª à esquerda) chegam para o veredicto em seu julgamento de sequestro e roubo no Clark County Regional Judicial Center, em Las Vegas, em 3 de outubro de 2008.
O.J. Simpson e sua irmã Carmelita Durio (2ª à esquerda) chegam para o veredicto em seu julgamento de sequestro e roubo no Clark County Regional Judicial Center, em Las Vegas, em 3 de outubro de 2008. REUTERS - POOL New
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Nascido em São Francisco em 9 de julho de 1947, ele foi criado por uma mãe solteira, abandonada pelo pai quando ele tinha cinco anos. Embora sofresse de raquitismo quando criança, mais tarde tornou-se um atleta excepcional e teve uma carreira brilhante na National Football League (NFL). Foi eleito o melhor jogador do ano em 1973, quando jogava pelo Buffalo Bills (Nordeste).

Atraente e carismático, o homem apelidado de "The Juice" (O Suco) por causa de suas iniciais, que também significam "Orange Juice" (Suco de Laranja), gozava de imensa popularidade, que manteve por muito tempo após o fim de sua carreira profissional, no final da década de 1970.

Mesmo antes de pendurar as chuteiras, ele era requisitado no cinema e na televisão, principalmente na série "Racines" (1977), e encantava os anunciantes com seu charme e voz levemente grave. Sua presença natural na tela levou-o mais tarde a uma carreira como comentarista esportivo.

Em 1985, ele se casou pela segunda vez com uma beldade loira, Nicole Brown, que lhe deu dois filhos, e levou uma vida luxuosa. O casal se divorciou em 1992.

Ao desaparecer gradualmente dos holofotes, O.J. Simpson voltou ao centro das atenções como o personagem principal de um dos casos judiciais mais fascinantes do século 20 nos Estados Unidos.

Absolvido por júri do assassinato da ex-mulher

Em 12 de junho de 1994, Nicole Brown foi encontrada morta em Los Angeles em uma poça de sangue, ao lado do corpo de seu amigo Ronald Goldman, que também havia sido brutalmente assassinado.

Depois de uma perseguição que durou várias horas nas rodovias de Los Angeles, seguida ao vivo por câmeras de televisão que filmavam de helicópteros, Simpson foi preso pela polícia.

Testes de DNA identificaram o sangue de Simpson na cena do crime e o das vítimas em seu carro e em sua casa. "O.J." alegou inocência, mas foi acusado de duplo homicídio.

Um ano depois, após um julgamento que também foi transmitido ao vivo pela televisão, um júri de Los Angeles o absolveu. Essa decisão provocou uma onda de indignação nos Estados Unidos e dividiu a opinião entre negros e brancos, três anos depois de sangrentos tumultos raciais na megalópole californiana.

O ex-jogador foi então considerado responsável pela morte das duas vítimas em um novo julgamento civil em 1997, no qual foi condenado a pagar mais de US$ 33 milhões de dólares em indenizações às famílias – o que ele nunca fez.

Ele se mudou para a Flórida (sudeste), onde seus bens foram protegidos contra confisco para satisfazer a decisão do tribunal civil na Califórnia, do outro lado do país.

No entanto, O.J. não desapareceu dos olhos do público e recebeu por suas eventuais aparições, principalmente em uma conferência para admiradores de assassinos em série.

Preso por roubo

Em 2007, ele voltou aos noticiários quando foi preso em Las Vegas por roubar memorabilia esportiva, sob a mira de uma arma, com cinco capangas de um hotel-cassino de Las Vegas.

No início de outubro de 2008, ele foi considerado culpado de 12 acusações e condenado a penas de 9 a 33 anos de prisão. O.J. estava em liberdade condicional desde 2017.

Embora ainda deva dezenas de milhões de dólares às famílias de sua ex-mulher e do parceiro dela, a lei permitiu que ele mantivesse sua pensão de jogador de futebol profissional de US$ 25.000 por mês, até o dia de sua morte.

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