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Exército israelense diz que ajudará a transferir bebês de hospital de Gaza após morte de prematuros

O Exército israelense disse no sábado (11) que ajudaria a remover mais de 30 bebês em risco de vida por falta de energia no maior hospital de Gaza. O corte de eletricidade acontece em meio a intensos choques entre soldados israelense e combatentes do Hamas ao redor da instalação. 

Devant l'hôpital al-Shifa, à Gaza, le 10 novembre 2023.
Fachada do Hospital al-Shifa, em Gaza, 10 de novembro de 2023. © Khader Al Zanoun / AFP
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Mais cedo no sábado, uma ONG israelense de Médico de Direitos Humanos havia informado a morte de "dois bebês prematuros" depois que a terapia intensiva neonatal foi forçada a parar devido à falta de eletricidade no hospital al-Shifa, o maior centro médico da Faixa de Gaza sitiada.

Há também "um risco real para a vida de outros 37 bebês prematuros" nesse departamento, alertou a ONG, em um momento de intensos combates entre tropas israelenses e o Hamas em conjunto com Jihad Islâmica.

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), cuja equipe continua operando no hospital, relata que "nas últimas 24 horas (...) o hospital al-Shifa foi atingido várias vezes, especialmente a maternidade".

A médica Marwa Abou Saada, chefe do departamento de cirurgia do al-Shifa, citada pela ONG Ajuda Médica para Palestinos (MAP), acrescentou que "ninguém pode deixar o hospital".

"Os funcionários do hospital al-Shifa solicitaram que amanhã ajudássemos a evacuar os bebês da ala pediátrica para um hospital mais seguro. Forneceremos a assistência necessária", disse o porta-voz do Exército, Daniel Hagari, em uma coletiva de imprensa.

"Devido à falta de energia elétrica, podemos informar que a unidade neonatal de cuidados intensivos parou de funcionar. Dois bebês prematuros morreram, e há um risco real para a vida de outros 37 prematuros" no hospital Al-Shifa, afirmou a ONG de médicos israelenses, em um comunicado.

"Queremos que alguém garanta a evacuação dos pacientes, porque temos cerca de 600 pacientes hospitalizados", disse o médico em uma gravação de áudio publicada pela MSF.

Além dos pacientes, milhares de pessoas deslocadas se refugiaram no complexo hospitalar, já que Israel bombardeia incessantemente o pequeno território palestino em resposta ao ataque sem precedentes do Hamas em seu solo no dia 7 de outubro, que matou cerca de 1.200 pessoas, de acordo com as autoridades israelenses.

Os ataques israelenses na Faixa de Gaza já mataram mais de 11 mil palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas.

Hospitais "de joelhos"

Havia cerca de 36 hospitais em Gaza, metade dos quais deixou de funcionar após os ataques do exército israelense. A Organização Mundial da Saúde (OMS) adverte que o sistema de saúde está "de joelhos", e a Cruz Vermelha relata condições desumanas nos centros de saúde ainda em funcionamento, com corpos se acumulando nos corredores e operações sendo realizadas sem anestesia.

"Corredores de hospitais lotados de feridos, doentes e moribundos, necrotérios transbordando, operações sem anestesia, dezenas de milhares de refugiados em hospitais - a situação no local é impossível de descrever", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS para o Conselho de Segurança da ONU, na sexta-feira (10).

"Eu entendo o que as crianças em Gaza estão passando, porque passei pela mesma coisa quando era criança", disse Adhanom, natural de Tigray, na Etiópia.

O chefe da OMS também relatou 25 ataques ao setor de saúde em Israel desde o início do conflito, em 7 de outubro, após um ataque sem precedentes ao território israelense pelo grupo islâmico palestino Hamas.

"A melhor maneira de apoiar esses profissionais de saúde e as pessoas que eles atendem é dar a eles os meios necessários para o atendimento: medicamentos, equipamentos médicos e combustível para geradores hospitalares", acrescentou.

Ele também pediu um aumento na ajuda humanitária que passa pela travessia de Rafah, que faz fronteira com o Egito, e repetiu os apelos das autoridades da ONU por um "cessar-fogo".

(Com informações da AFP)

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