Ataque russo visa instalações de energia na Ucrânia; quatro centrais termelétricas foram atingidas
O exército russo executou na madrugada deste sábado (27) um ataque em larga escala com mísseis contra instalações de energia da Ucrânia, provocando "graves danos" a quatro centrais termelétricas localizadas em três regiões do país. As forças ucranianas, por sua vez, atacaram duas refinarias de petróleo russas com drones.
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Nos últimos meses, o Exército russo intensificou os ataques contra a rede de energia elétrica ucraniana, o que provocou apagões e obrigou o governo a pedir que os moradores economizem energia.
De acordo com as autoridades de Moscou, a Ucrânia disparou, durante a madrugada, mais de 60 drones contra o sul da Rússia, em um dos maiores ataques noturnos com aparelhos não tripulados.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que as suas defesas antiaéreas "destruíram 66 drones ucranianos sobre o território da região de Krasnodar, além de outros dois sobre a península da Crimeia".
Kiev anunciou ter atacado duas refinarias de petróleo e uma base militar da Rússia. A Ucrânia bombardeou "instalações tecnológicas cruciais" em duas refinarias na região de Krasnodar, disse uma fonte do Ministério da Defesa ucraniano à AFP.
As autoridades russas anunciaram um incêndio em uma refinaria de Slaviansk e a imprensa estatal informou que a unidade foi obrigada a interromper sua produção.
Na região russa de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia e alvo frequente de ataques, cinco pessoas ficaram feridas na queda de um drone ucraniano sobre a estrada de um vilarejo, anunciou o governador Vyacheslav Gladkov.
Nos últimos meses, a Ucrânia intensificou os ataques contra refinarias e depósitos de petróleo na Rússia. Segundo Moscou, os bombardeios russos contra a rede de energia elétrica ucraniana são uma represália a esses ataques.
Ataque na fronteira com a UE
Em um comunicado esta manhã, o Exército ucraniano afirmou que as "Forças Armadas russas executaram outro ataque em larga escala com mísseis contra a Ucrânia".
"As infraestruturas de energia foram bombardeadas nas regiões de Dnipropetrovsk, Ivano-Frankivsk e Lviv", declarou o ministro da Energia, German Galushchenko.
As regiões de Lviv e Ivano-Frankivsk ficam no oeste da Ucrânia, na fronteira com a União Europeia (UE), e a centenas de quilômetros da frente de batalha.
A Força Aérea ucraniana anunciou que a Rússia disparou 34 mísseis - 21 foram derrubados.
“Conseguimos abater alguns, mas o mundo tem todas as possibilidades de ajudar a derrubar todos os mísseis russos e todos os drones”, reagiu o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em uma mensagem, apelando a entrega ao seu país “rapidamente” de sistemas antiaéreos e “armas em quantidade e qualidade suficientes”.
Bombardeios contra uma localidade próxima da fronteira russa na região de Kharkiv (nordeste do país) mataram uma pessoa, segundo o serviço de emergência ucraniano.
A polícia nacional ucraniana informou que uma pessoa morreu e oito ficaram feridas em bombardeios na região de Kherson, sul do país. Duas pessoas ficaram feridas no centro do país, informaram as autoridades locais.
Kiev afirma que Moscou intensificou os ataques aéreos e terrestres antes da data nacional de 9 de maio, quando a Rússia comemora a vitória na Segunda Guerra Mundial, e no momento em que a Ucrânia aguarda a chegada de armas americanas cruciais.
A Rússia também intensificou os bombardeios contra a rede ferroviária ucraniana para "interromper" o envio de equipamento ocidental, afirmou uma fonte das forças de segurança de Kiev.
Na sexta-feira, o Exército russo reivindicou o bombardeio contra um trem que transportava armas ocidentais na cidade de Udachne, região de Donetsk.
Após os ataques deste sábado, a operadora DTEK informou que quatro de suas centrais termelétricas sofreram "danos graves".
O governador da região de Lviv, Maksim Kozitski, pediu aos moradores que não utilizem aparelhos de alto consumo de energia entre às 19h00 e 22h00 h para preservar o fornecimento de eletricidade. "É difícil para o sistema energético manter o equilíbrio entre produção e consumo", disse Kozitski.
(Com AFP)
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