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Milhares manifestam na Suécia contra participação de Israel no concurso musical Eurovisão

Israel qualificou-se para a final do concurso de música Eurovisão, que acontece no sábado (11) em Malmö, na Suécia, onde milhares de pessoas protestaram contra a participação do país na competição devido à guerra em Gaza. Entre os manifestantes estava a ativista ambiental sueca Greta Thunberg. 

A ativista ambiental sueca Greta Thunberg participa de protesto contra a classificação de Israel no campeonato musical Eurovisão, que acontece no sábado (11).
A ativista ambiental sueca Greta Thunberg participa de protesto contra a classificação de Israel no campeonato musical Eurovisão, que acontece no sábado (11). via REUTERS - Johan Nilsson/TT
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Eden Golan, de 20 anos, ganhou uma vaga para a final na noite de quinta-feira (9), com a canção "Hurricane", cuja versão inicial teve de ser modificada porque fazia alusão ao ataque do grupo islâmico Hamas em Israel no dia 7 de outubro.

Israel junta-se assim ao grupo de 26 países que vão competir no sábado para suceder à Suécia como vencedora da competição, que foi acompanhada em 2023 por 162 milhões de telespectadores.

“Estou muito grata a todos que votaram em nós e nos apoiaram”, disse a israelense. “É realmente uma honra estar aqui, no palco, atuar e mostrar a nossa voz, nos apresentar com orgulho. ”

Israel participa da Eurovisão desde 1973, e já venceu o concurso quatro vezes, a última delas em 2018. Na sexta-feira (10), o país estava entre os favoritos à vitória atrás da Croácia e à frente da Suíça, segundo o site comparador de apostas online Oddschecker.com.

Antes da semifinal, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que Eden Golan "já havia vencido".

“Você não apenas participa com orgulho e admiração da Eurovisão, mas também enfrenta com sucesso uma onda horrível de antissemitismo”, disse o premiê em uma mensagem de vídeo.

Eden Golan, de Israel, apresenta a música "Hurricane", durante a semifinal da Eurovisão, em Malmo, sul da Suécia, 9/5/24.
Eden Golan, de Israel, apresenta a música "Hurricane", durante a semifinal da Eurovisão, em Malmo, sul da Suécia, 9/5/24. AP - Martin Meissner

Segurança reforçada

Quase 12.000 pessoas, incluindo a ativista climática Greta Thunberg, manifestaram quinta-feira em Malmö (sul) contra a participação de Israel. Um novo protesto está planejado para sábado.

Na Bélgica, os sindicatos do canal de televisão público flamengo VRT interromperam brevemente as transmissões na noite de quinta-feira para veicular uma mensagem de apoio aos palestinos.

Uma mensagem sobre fundo preto dizia: "Esta é uma ação sindical. Condenamos as violações dos direitos humanos por parte do Estado de Israel. Além disso, o Estado de Israel está destruindo a liberdade de imprensa. É por isso que interrompemos por um momento a transmissão." Os dizeres estavam acompanhados dos hashtags #CeaseFireNow e #StopGenocideNow".

"Hurricane" foi, no entanto, apresentada sem problemas ou interrupções por Eden Golan diante de 9.000 espectadores na Malmö Arena.

A União Europeia de Radiodifusão (UER), que supervisiona a competição, proibiu, como habitualmente, qualquer bandeira que não seja a dos participantes e qualquer faixa com mensagens políticas.

A segurança também foi reforçada tanto na sala de concerto como no resto da cidade, onde vive a maior comunidade de origem palestina da Suécia e onde as bandeiras palestinas ficam lado a lado com flâmulas de cores vivas do evento.

“A UER está tomando todas as precauções necessárias para tornar este local um ambiente seguro e unido para todos”, disse Eden Golan após a semifinal. A artista foi alvo de ameaças nas redes sociais.

A neutralidade da competição foi abalada na terça-feira durante a primeira semifinal pelo cantor sueco Eric Saade, que usava um keffiyeh (lenço) palestino no braço.

O gesto foi criticado pela televisão pública sueca SVT e pela UER, que proibiram o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de falar durante a competição no ano passado.

Este ano, o conflito na Ucrânia foi ofuscado pela guerra em Gaza, desencadeada em 7 de outubro pelo ataque do Hamas a Israel, que deixou mais de 1.170 mortos, segundo um relatório da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Israel vem revidando desde então com bombardeios que já mataram quase 35 mil pessoas na Faixa de Gaza, a maioria civis, segundo o ministério da Saúde do território governado pelo Hamas.

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