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Cerca de 120 bebês em UTI correm risco de vida por falta de combustível em Gaza, diz ONU

As vidas de 120 bebês em incubadoras estão em risco à medida que se esgota o combustível para os geradores de energia elétrica eletricidade na Faixa de Gaza, alertou neste domingo (22) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).  O papa Francisco pediu também neste domingo o fim do conflito entre Hamas e Israel, e expressou o temor de uma escalada da guerra, além de fazer um apelo para a permissão de entrada de mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza. 

Palestinos feridos aguardam tratamento no hospital al-Shifa na Cidade de Gaza, região central da Faixa de Gaza, na terça-feira, 17 de outubro de 2023.
Palestinos feridos aguardam tratamento no hospital al-Shifa na Cidade de Gaza, região central da Faixa de Gaza, na terça-feira, 17 de outubro de 2023. © AP / Abed Khaled
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Mais de 1.750 crianças morreram nos bombardeios israelenses contra este enclave em represália ao ataque do movimento islamita Hamas em 7 de outubro, segundo o Ministério da Saúde deste grupo palestino.

Os hospitais de Gaza enfrentam a grave falta de medicamentos, combustível e água para os milhares de feridos na guerra e pacientes de rotina. "Há atualmente 120 recém-nascidos em incubadoras, 70 deles em ventilação mecânica e, claro, estamos muito preocupados", disse o porta-voz da Unicef, Jonathan Crickx.

A eletricidade é uma grande preocupação nas sete unidades especializadas do enclave que tratam bebês prematuros, ajudando-os a respirar e fornecendo apoio crítico, por exemplo quando seus órgãos ainda não estão suficientemente desenvolvidos.

O número de funcionários da ONU mortos em Gaza desde o início do conflito entre Israel e Hamas subiu para 29, informou neste domingo (22) a organização.

Geradores

Israel impôs um "cerco total" ao território após a ofensiva do Hamas, que deixou cerca de 1.400 mortos, a maioria civis, de acordo com autoridades israelenses. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou na quinta-feira (19) que os hospitais não possuem combustível para os geradores, e que cerca de 1.000 pessoas que necessitam realizar diálises também estarão em risco.

 Neste fim de semana, caminhões com ajuda humanitária começaram a entrar em Gaza, procedentes do Egito. Neste domingo, seis tanques com combustíveis chegaram ao enclave.

Embora Israel tema que o combustível ajude o Hamas, o pouco que resta no território palestino está sendo utilizado em geradores para permitir que os equipamentos médicos continuem funcionando. O Ministério da Saúde palestino anunciou neste sábado que 120 bebês prematuros corriam o risco de morrer devido à falta de combustível.

Na média, quase 160 mulheres dão à luz todos os dias em Gaza, segundo o Fundo de População da ONU, que calcula que há 50 mil mulheres grávidas no território de 2,4 milhões de habitantes.

Crianças mortas

Ainda que Israel afirme que direciona os ataques contra alvos do Hamas, as crianças representam uma enorme proporção dos mais de 4.600 mortos registrados pelo Ministério da Saúde do grupo islamita.

Famílias inteiras, incluindo mulheres grávidas, morreram nos bombardeios, e todos os dias os pais são vistos carregando os corpos dos seus filhos em envoltórios brancos pela rua. Os médicos do Hospital Najjar, em Rafah, contaram na quinta-feira que não conseguiram salvar o feto de uma mulher que morreu em um ataque aéreo que atingiu sua casa.

Horas antes, oito crianças faleceram enquanto dormiam em uma casa em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.

Apelo do Papa

 "A guerra, qualquer guerra, é sempre uma derrota. A guerra é sempre uma derrota, uma destruição da fraternidade humana. Irmãos, parem! Parem!", afirmou o papa argentino aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, em Roma, para a bênção do Angelus.

O pontífice de 86 anos reiterou o apelo para a permissão de entrada de ajuda humanitária em Gaza e para a libertação dos reféns sequestrados desde 7 de outubro, quando combatentes do grupo islamista palestino Hamas invadiram o território israelense e deixaram mais de 1.400 mortos, a maioria civis.

Além disso, o papa conversou neste domingo por telefone por 20 minutos com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre "as situações de conflito no mundo e a necessidade de identificar os caminhos para a paz", segundo o Vaticano.

(Com AFP)

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