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Israel inicia ofensiva no Líbano e “acelera” preparativos para operação terrestre em Rafah

Israel iniciou nesta quarta-feira (24) uma ofensiva no sul do Líbano e anunciou que está “acelerando” os preparativos para uma operação terrestre em Rafah, em Gaza, contra o grupo Hamas, apesar dos alertas da comunidade internacional. Na manhã desta quinta-feira (25), os militares israelenses realizaram ataques aéreos contra a "infraestrutura" do Hezbollah em Maroun al-Ras e um "posto de observação" do movimento xiita em Merkaba, no sul do Líbano.  

Libaneses passam em frente de construções atingidas por bombardeios israelense em Kfar Kila, um vilarejo situado na fronteira entre o Líbano e Israel.
Libaneses passam em frente de construções atingidas por bombardeios israelense em Kfar Kila, um vilarejo situado na fronteira entre o Líbano e Israel. © AP - Mohammad Zaatari
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Segundo agência oficial de notícias do Líbano (ANI) e uma fonte do movimento Hezbollah, Israel também teria feito um ataque com drone contra um caminhão no leste do Líbano, na manhã desta quinta-feira, ferindo o motorista do veículo.

Já o Hezbollah reivindicou a responsabilidade pelo disparo de dezenas de foguetes contra o norte de Israel na terça e quarta-feiras. O ataque seria uma resposta à morte, na véspera, de dois civis – uma mulher e uma criança de 12 anos –, mortos por um ataque israelense em um vilarejo libanês perto da fronteira, informa o correspondente da RFI em Jerusalém, Nicolas Falez.  

O Exército israelense também anunciou nesta quinta que seus aviões atingiram "30 alvos do Hamas" na Faixa de Gaza, incluindo edifícios que armazenavam armas e "infraestrutura terrorista". A ofensiva matou vários combatentes do movimento islâmico.    

Paralelamente, um avião das forças israelenses "eliminou uma célula de franco-atiradores" na área do campo de refugiados de Nusseirat, no centro da Faixa de Gaza. Os combates entre as forças israelenses e os palestinos ocorreram ao norte do campo, disseram testemunhas.

Hamas divulga vídeo de refém

A pressão sobre o governo israelense cresceu após a divulgação pelo Hamas, em seu canal no Telegram, de um vídeo do refém Hersh Goldberg-Polin, 23 anos. Ele foi sequestrado durante o ataque de 7 de outubro, que deu início à guerra em Gaza. 

O jovem acusa o premiê Benjamin Netanyahu e os membros do governo de terem "abandonado" os israelenses que foram capturados pelo grupo islâmico.

Segundo ele, os reféns estão sem comida, água e assistência médica. Hersh conta ter ficado gravemente ferido no dia 7 de outubro e mostra nas imagens o antebraço esquerdo amputado, abaixo do cotovelo.

Na noite de quarta-feira, em Jerusalém, dezenas de manifestantes se reuniram em frente à residência de Netanyahu. Os manifestantes também vaiaram o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, enquanto ele tentava escapar da multidão.

Ofensiva terrestre em Rafah

A comunidade internacional vem tentando convencer Israel a cancelar uma eventual ofensiva terrestre em Rafah, onde vivem um milhão e meio de pessoas.

Mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, insiste que a cidade é o último reduto do Hamas.

"Israel está avançando com sua operação em Rafah", disse o porta-voz do governo israelense, David Mencer, na quarta-feira. "Duas brigadas de reservistas foram mobilizadas para operações" em Gaza, acrescentou. Segundo ele, "quatro batalhões do Hamas" são alvo do exército.

De acordo com as autoridades egípcias, Israel se prepara para transferir civis de Rafah para a cidade vizinha de Khan Younis, onde planeja instalar abrigos e centros de distribuição de alimentos.   

A retirada de civis de Gaza levaria de duas a três semanas e seria realizada em coordenação com os Estados Unidos, Egito e outros países árabes, como os Emirados Árabes Unidos.   

Tal operação "seria um crime", disse à AFP o chefe da assessoria de imprensa do governo em Gaza, Ismail Al-Thawabta, acrescentando que o centro de Gaza e a cidade de Khan Younis "não podem acomodar" os deslocados de Rafah.   

Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, 34.305 pessoas morreram na Faixa de Gaza desde o início da guerra, de acordo com um novo balanço divulgado nesta quinta-feira.

Em 24 horas, pelo menos 43 mortes foram registradas, informou um comunicado do ministério. Mais de 77.293 pessoas ficaram feridas em mais de 200 dias de guerra.

ONU pede investigação

Na terça-feira, a ONU pediu uma investigação internacional sobre valas comuns encontradas nos dois principais hospitais das cidades, Al-Shifa, em Gaza, e Nasser, em Khan Younis, sublinhando a necessidade de acabar com o atual "clima de impunidade".   

A Casa Branca exigiu "respostas" e "uma investigação completa e transparente" do governo israelense, disse Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do presidente Joe Biden, na quarta-feira.   

A Defesa Civil de Gaza revelou ter exumado 340 corpos de pessoas mortas e enterradas pelas forças israelenses em valas comuns dentro do Hospital Nasser desde sábado.   

O Exército israelense chamou as alegações de "infundadas", dizendo que desenterrou e depois reenterrou corpos em busca dos de reféns.   

RFI e AFP

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