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Kremlin rejeita acusações dos EUA de que teria usado arma química contra soldados ucranianos

O Kremlin rejeitou, nesta quinta-feira (2), as acusações dos Estados Unidos de que as forças russas utilizaram "arma química" contra soldados ucranianos. As forças russas reivindicaram uma nova conquista no leste da Ucrânia. 

Policial junto a destroços de um carro e um corpo no local atacado por mísseis russos, no vilarejo de Zolochiv, na região de Kharkiv, em 1/5/24.
Policial junto a destroços de um carro e um corpo no local atacado por mísseis russos, no vilarejo de Zolochiv, na região de Kharkiv, em 1/5/24. REUTERS - Vyacheslav Madiyevskyy
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O Departamento de Estado americano afirmou na quarta-feira (1) que a Rússia utilizou "a arma química cloropicrina" contra as forças ucranianas. Além disso, a Rússia teria usado agentes químicos usados em distúrbios, como gás lacrimogêneo, "como método de guerra na Ucrânia, também em violação à convenção", diz o comunicado.

"Vimos as notícias a respeito. Como sempre, as acusações parecem completamente infundadas", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa, ao ser questionado sobre o assunto.

O governo dos Estados Unidos afirmou que Moscou violou a Convenção sobre Armas Químicas (CAQ), que proíbe a produção e uso de tais substâncias.

A Rússia assinou e ratificou a convenção e, segundo Peskov, "estava e continua comprometida com as suas obrigações com base no direito internacional".

A cloropicrina é uma substância oleosa conhecida como agente asfixiante, que foi muito utilizada durante a Primeira Guerra Mundial como forma de gás lacrimogêneo.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos classificam a substância como "agente prejudicial aos pulmões", que pode causar irritação grave na pele, nos olhos e no sistema respiratório.

O uso é especificamente proibido pela Organização para a Proibição de Armas Químicas, o órgão responsável por implementar a CAQ.

"O uso destas substâncias químicas não foi um incidente isolado e é provavelmente motivado pelo desejo das forças russas de remover as forças ucranianas de posições fortificadas e obter ganhos táticos no campo de batalha", afirmou o Departamento de Estado.

Avanços militares na Ucrânia

A Rússia reivindicou nesta quinta-feira a tomada de outra cidade no leste da Ucrânia, perto da cidade de Avdiivka, onde as tropas de Moscou estão avançando e registrando vários progressos nos últimos dias.

As tropas russas estão se apressando para avançar antes que Kiev receba um novo lote de ajuda militar dos Estados Unidos, que foi adiado por vários meses, deixando os militares ucranianos em desvantagem com escassez de munição.

O Ministério da Defesa de Moscou indicou que suas tropas "libertaram completamente a cidade de Berdichi", depois que a Ucrânia relatou no domingo que se retirou desta localidade.

Berdichi está a 12 quilômetros de Avdiivka e é a cidade de maior porte de uma série de vilarejos no leste da Ucrânia que a Rússia afirma ter tomado nas últimas semanas.

O comandante-chefe do exército ucraniano, Oleksandr Syrsky, admitiu no domingo que a situação no front "piorou" e que as tropas russas conseguiram "sucessos táticos" em várias áreas.

A Rússia está na ofensiva desde o fracasso do grande contra-ataque lançado pela Ucrânia no meio de 2023, beneficiada pelo desgaste do Exército de Kiev, que enfrenta dificuldades para recrutar novos soldados para repelir a invasão que começou em fevereiro de 2022.

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