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Conflito entre Israel e Hamas soma mais de 500 mortos; Netanyahu fala em “guerra longa e difícil”

O conflito entre Israel e o Hamas, que começou no sábado (7), já soma mais de 500 mortos neste domingo (8). As forças israelenses localizaram centenas de combatentes palestinos infiltrados em seu território e bombardearam a Faixa de Gaza, depois de o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ter falado de uma guerra “longa e difícil” contra o Hamas, na origem de uma ofensiva sem precedentes contra Israel.

Uma bola de fogo e fumaça surge de uma explosão em um prédio de apartamentos palestino após um ataque aéreo israelense na cidade de Gaza, sábado, 7 de outubro de 2023.
Uma bola de fogo e fumaça surge de uma explosão em um prédio de apartamentos palestino após um ataque aéreo israelense na cidade de Gaza, sábado, 7 de outubro de 2023. AP - Adel Hana
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A ofensiva surpresa lançada pelo movimento islâmico palestino Hamas, no poder em Gaza, deixou centenas de mortos em ambos os campos. E muitos israelenses, civis e soldados, foram raptados e feitos reféns por combatentes palestinos.

“A primeira fase está sendo concluída [...] com a eliminação da grande maioria das forças inimigas que se infiltraram no nosso território”, declarou Netanyahu, alertando os israelenses de que estes estariam “engajados em uma guerra longa e difícil”.

“Estamos finalmente recuperando o controle total do território israelense”, declarou Richard Hecht, porta-voz militar, depois de o exército ter relatado “centenas” de infiltrados ainda presentes nas localidades do sul, na fronteira com Gaza.

O exército anunciou que retiraria todos os moradores que vivem perto do território palestino nas próximas 24 horas.

Uma centena de reféns

Sob a cobertura de uma saraivada de foguetes disparados contra Israel, combatentes do Hamas, inimigo jurado de Israel, a bordo de veículos, barcos e até parapentes motorizados, aproveitaram a imponente barreira em torno de Gaza, atacando posições militares e civis no meio da rua.

As forças israelenses responderam bombardeando diversos alvos em Gaza, enquanto os combates continuavam no terreno entre as forças israelenses e os combatentes palestinos infiltrados.

Neste domingo, as forças israelenses recuperaram o controle da força policial de Sderot, na fronteira com Gaza, depois de “neutralizarem dez terroristas que se encontravam local”, de acordo com a polícia.

As autoridades israelenses não forneceram quaisquer números sobre os civis e soldados raptados pelos combatentes palestinos, mas o site de notícias israelense Ynet anuncia "uma estimativa de cerca de uma centena de pessoas".

Israelenses que procuravam seus familiares foram repetidamente interrogados na rádio e televisão israelenses neste domingo. Alguns explicaram que os tinham visto em vídeos de reféns do Hamas em Gaza que circulavam nas redes sociais.

O Hamas e a Jihad Islâmica, outro grupo armado palestino, alegaram ter capturado “numerosos soldados” de Israel.

Sem precedentes

“O que aconteceu não tem precedentes em Israel”, admitiu Benjamin Netanyahu, comentando o ataque mais mortífero no conflito com palestinos em décadas.

Os combates deixaram “mais de 200 mortos” e “mais de mil feridos” do lado israelense, de acordo com o exército, que acusou o Hamas de ter “massacrado civis” até em suas casas. O exército listou a morte de 26 soldados, entre homens e mulheres.

“Vi muitos corpos”, contou o israelense Shlomi, ao lado de cadáveres cobertos em um acesso perto do Kibutz Gevim (sul).

Na Faixa de Gaza, 313 palestinos foram mortos e quase 2 mil ficaram feridos, informou o Hamas.

Hezbollah

Na frente norte, o exército israelense utilizou um drone para atacar um alvo do Hezbollah libanês no sul do Líbano, depois de o movimento ter disparado bombas contra uma área contestada da fronteira.

O ataque do Hamas, de escala sem precedentes, foi lançado quase 50 anos depois da guerra árabe-israelense de 1973, que pegou Israel completamente de surpresa, causando a morte de 2,6 mil israelenses e deixando pelo menos 9,5 mil mortos e desaparecidos de ambos os lados do combate.

As brigadas Al-Qassam, braço militar do Hamas, anunciaram que lançaram a operação denominada “Inundação de Al-Aqsa” contra Israel e dispararam mais de “5 mil foguetes” para “pôr fim a todos os crimes de ocupação”.

O exército israelense contou mais de 3 mil disparos e, em resposta, lançou a operação “Sabres de Ferro” e realizou ataques aéreos no enclave palestino, afirmando ter destruído diversas instalações apresentadas como “centros de comando” do Hamas.

Bloqueio

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) informou que um ataque atingiu um hospital no enclave, causando muitas mortes.

Netanyahu anunciou a suspensão do fornecimento de eletricidade, alimentos e outros bens de Israel a este território palestino já sujeito a um estrito bloqueio israelense há mais de 15 anos.

As escolas permanecerão fechadas no domingo, início de semana em Israel. Todos os voos para Tel Aviv foram suspensos.

O ataque do Hamas foi condenado pelo Ocidente, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, garantiu a Israel seu “apoio inabalável”. O Conselho de Segurança da ONU deverá realizar uma reunião de emergência sobre a situação no Médio Oriente neste domingo.

Esta ofensiva foi lançada enquanto as negociações entre Israel e Arábia Saudita, sob a égide dos Estados Unidos, pareciam acelerar com vista à normalização entre estes dois países, uma grande aproximação condenada pelo Hamas e pelo seu aliado iraniano. O Irã também saudou a ofensiva do Hamas.

(Com informações da AFP)

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