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Chefe da OMS chega à cidade síria de Aleppo; resgate de sobreviventes do terremoto continua

A ajuda internacional poderá chegar a todas as áreas afetadas na Turquia e na Síria neste sábado (11). As últimas 24 horas trouxeram um pouco de alento às famílias atingidas e aos 166 mil socorristas que trabalham nos escombros de cidades devastadas, dos dois lados da fronteira. Várias crianças foram resgatadas com vida, após o violento terremoto de segunda-feira que já matou mais de 24.000 pessoas.

A cidade de Jandaris, na região de Afrin, no norte da Síria, foi devastada pelo violento terremoto de magnitude 7,8.
A cidade de Jandaris, na região de Afrin, no norte da Síria, foi devastada pelo violento terremoto de magnitude 7,8. © Khalil Ashawi / REUTERS
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O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, desembarcou hoje em Aleppo, norte da Síria, para acompanhar pessoalmente o atendimento de feridos e a situação dos desabrigados sírios. Tedros irá visitar hospitais e abrigos abertos para receber milhares de sobreviventes que tiveram seus locais de moradia reduzidos a ruínas. Muitos já viviam em condições precárias, em barracas instaladas em campos de refugiados, igualmente arrasados. 

O chefe da OMS fará as visitas acompanhado pelo ministro da Saúde sírio e o governador da província, segundo a agência estatal Sana. Na sexta-feira (10), o governo autoritário no poder em Damasco autorizou "a entrega de ajuda humanitária a todo o país", incluindo a região de Aleppo, que é controlada por grupos rebeldes e uma das mais afetadas pelo terremoto. Estima-se que 5,3 milhões de pessoas enfrentam o risco de ficar desabrigadas, advertiu a ONU.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas calcula que 874.000 mil pessoas, nos dois países, precisam de comida. Para atender a essa demanda, o PMA pede US$ 77 milhões para a distribuição de alimentos.

Resgate de crianças

Em ambos os lados da fronteira, milhares de imóveis foram destruídos e equipes de resgate intensificam os esforços para encontrar sobreviventes. É uma corrida contra o tempo, na qual famílias e bombeiros depositam suas esperanças.

Em meio a aplausos, um menino de 6 anos foi retirado vivo na sexta-feira dos escombros, embora em estado de choque e com lesões no rosto. O resgate aconteceu em Jandairis, noroeste da Síria, segundo um jornalista da AFP. O irmão do garotinho não sobreviveu. Os socorristas ainda estão procurando por membros dessa família, provavelmente soterrados sob os escombros.

No sul da Turquia, em Antakya, "na 105ª hora" após o terremoto, os socorristas também tiraram vivo um bebê de 18 meses, extraído dos restos de um prédio. Em seguida, salvaram o irmão dele, noticiou o canal de televisão NTV. Duas horas antes, uma menina de 3 anos também foi resgatada na cidade atingida pelo tremor. 

Em Gaziantep, sudeste da Turquia, uma mãe e seus dois filhos foram resgatados na tarde de sexta-feira. Na mesma província, na localidade de Nurdagi, uma mulher grávida de seis meses também foi resgatada viva dos escombros após passar cerca de 115 horas sob uma pilha de cimento e ferro retorcido. A filha de 6 anos da gestante tinha sido socorrida uma hora mais cedo. 

Segundo os últimos números oficiais, o terremoto de 7,8 graus de magnitude matou pelo menos 24.218 pessoas: 20.665 na Turquia e 3.553 na Síria.

Áustria suspende operações

O Exército austríaco suspendeu as operações de resgate na Turquia, na manhã de sábado, citando problemas de segurança na área, devido à "agressão entre grupos". Os 82 militares da unidade especial de resgate da AFDRU se encontram em um acampamento-base na província de Hatay (sul), "com outras organizações internacionais, à espera de instruções", disse à AFP um porta-voz em Viena, sem dar mais detalhes.

O grupo chegou na última terça-feira (7) com 45 toneladas de equipamento e conseguiu retirar nove pessoas dos escombros, conforme comunicado divulgado na sexta-feira (10). Por enquanto, seu retorno à Áustria segue previsto para quinta-feira (16), mas "a situação está sendo analisada", afirmou o porta-voz.

Em Kahramanmaras, onde atuam equipes da defesa civil francesa, famílias perambulam pelas ruas em busca de parentes desaparecidos. As pessoas percorrem as morgues improvisadas em estacionamentos, estádios e ginásios. As autoridades prometeram que todos os corpos serão identificados e devolvidos aos seus entes queridos.

Com informações da AFP

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