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Governo sírio pede ajuda internacional após terremoto que deixou mais de 800 mortos no país

O governo sírio pediu ajuda à comunidade internacional após o terremoto devastador que atingiu o norte do país e o sudeste da Turquia nesta segunda-feira (6), e que deixou mais de 800 mortos na Síria, de acordo com levantamentos provisórios.

Equipes de resgate buscam sobreviventes no local de um prédio desabado, após um terremoto no sul da Turquia, em Alepo, Síria, em 6 de fevereiro de 2023.
Equipes de resgate buscam sobreviventes no local de um prédio desabado, após um terremoto no sul da Turquia, em Alepo, Síria, em 6 de fevereiro de 2023. VIA REUTERS - SANA
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“A Síria pede aos estados-membros da ONU, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha e outros grupos humanitários (…) que apoiem os esforços do governo sírio para enfrentar o terremoto devastador”, declarou o ministério sírio das Relações Exteriores

O balanço provisório de vítimas do terremoto do lado sírio é de ao menos 810 mortos, de acordo com novas informações do ministério da Saúde do país e equipes de resgate nas zonas rebeldes.

De acordo com um balanço provisório do ministério da Saúde citado pela agência oficial Sana, 430 pessoas morreram e 1.315 ficaram feridas nas províncias de Alepo, Latakia, Hama e Tartus, sob controle do regime sírio.

Um balanço anterior do ministério tinha relatado 371 mortes e 1.089 pessoas feridas.

A agência Sana divulgou imagens mostrando importantes diversas cidades destruídas, entre elas Latakia, principal porto da Síria, na costa mediterrânea, onde prédios inteiros desabaram.

Em Alepo, no norte, segunda principal cidade da Síria, destruída por uma década de guerra, ao menos 46 edifícios desmoronaram, deixando 156 mortos, de acordo com autoridades locais citadas pela agência de notícias.    

Em Hama, no centro da Síria, um imóvel de oito andares onde se encontravam aproximadamente 125 moradores desabou, de acordo com uma fonte da organização Crescente Vermelha síria à AFP. As equipes de resgate se esforçavam para retirar vítimas e feridos dos escombros.

O ministério sírio da Educação anunciou o fechamento de escolas em todas as regiões controladas pelo poder até o fim da semana. A refinaria de Baniyas está parada, anunciou o ministério sírio dos Transportes.  

Pedido se socorro

Nas zonas rebeldes, as equipes de resgate da organização humanitária síria Capacetes Brancos, indicaram 380 mortes e mais de mil feridos, acrescentando que esse número deve aumentar nas próximas horas, já que “centenas de famílias estão debaixo dos escombros”.

A organização, que opera nessas zonas controladas por facções jihadistas e rebeldes, advertiu que suas equipes enfrentavam “grandes dificuldades”, pedindo “material pesado de socorro”.

Os Capacetes Brancos indicaram que mais de 133 edifícios desabaram totalmente e 272, parcialmente. Milhares de prédios sofreram fissuras no noroeste da Síria.

Importantes danos também foram constatados nas regiões mais próximas da fronteira com a Turquia, como Azaz, Jarabulus (norte de Alepo) e Sarmada (norte de Idleb).

Perdas arqueológicas

Além das perdas humanas, sítios arqueológicos importantes da Síria foram danificados, de acordo com a direção geral de antiguidades e museus.

"Partes do moinho otomano dentro da cidadela de Alepo desmoronaram e partes dos muros defensivos do nordeste racharam e se partiram", disse a mesma fonte em um comunicado.

"Grandes partes da cúpula do minarete da mesquita aiúbida" dentro da cidade também desabaram, "incluindo a entrada da torre defensiva mameluca", acrescentou o comunicado.

Na cidade velha de Alepo, vários prédios residenciais adjacentes às muralhas históricas desabaram.

Em fotos postadas no Facebook pela direção geral de antiguidades e museus, é possível ver o minarete da mesquita aiúbida danificada, assim como várias partes da cidadela de Alepo.

A cidade é conhecida por esta cidadela, uma joia arquitetônica da época medieval, e por sua cidade velha, classificada em 2018 como Patrimônio Mundial da Unesco em Perigo, após anos de guerra civil.

Na província de Hama, equipes arqueológicas relataram "alguns edifícios danificados dentro do antigo castelo Margat" na cidade de Baniás. Uma parte das paredes e uma torre também desabaram. Na cidade de Hama, algumas fachadas históricas também desabaram.

Em Al Qadmus, um penhasco caiu perto do castelo da cidade, na província de Tartus. Edifícios residenciais no terreno do castelo também caíram.

O terremoto, de magnitude 7,8 na escala de Richter, atingiu o sul da Turquia nesta segunda-feira de madrugada, deixando mais de 2.000 mortos no país e na Síria, de acordo com balanços provisórios.

(Com informações da AFP)

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