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Expresso do Oriente: engenheiro libanês luta para reativar trilhos que inspiraram Agatha Christie

Quando o famoso detetive Hércules Poirot desembarcou em Istambul para resolver o mistério do crime no Expresso do Oriente, talvez não imaginasse que parte desta malha ferroviária, imortalizada pela escritora britânica Agatha Christie, estaria destinada à lata do lixo, em pleno Líbano de 2022. O engenheiro e ativista Carlos Naffah, da Ong Train Train, relatou à RFI como vem tentando há mais de 15 anos reativar esse verdadeiro patrimônio libanês, que fez o mundo sonhar, há mais de um século.

Estação abandonada de locomotivas de trens em Trípoli. Parte do trajeto executado pelo famoso "Expresso do Oriente" utilizava a malha ferroviária libanesa, que o engenheiro Carlos Naffah, da Ong Train Train, tenta reativar no Líbano.
Estação abandonada de locomotivas de trens em Trípoli. Parte do trajeto executado pelo famoso "Expresso do Oriente" utilizava a malha ferroviária libanesa, que o engenheiro Carlos Naffah, da Ong Train Train, tenta reativar no Líbano. © RFI/Marcia Bechara
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Márcia Bechara, enviada especial da RFI ao Líbano

Do outro lado do Mediterrâneo, o Líbano abriga até hoje a famosa rede de trilhos que conectava visitantes da Europa até as portas de Meca, na Arábia Saudita. Se o Expresso do Oriente ficou famoso pela ligação entre as capitais europeias e Istambul, é no Oriente Médio que ele ganhou sua maior expressão intercontinental antes da Segunda Guerra Mundial, realizando pontes impensáveis entre territórios e culturas tão diversas quanto, até então, inacessíveis. 

"Em 1942, esta linha ferroviária foi conectada a Haifa [na época, Palestina, hoje considerada território israelense]. Através desses trilhos era possível viajar à Índia, e, com apenas uma passagem, viajar de Trípoli a todos os países europeus ou em direção à África, ao Egito", conta Carlos Naffah, engenheiro e ativista da Ong Train Train, que batalha desde 2005 pela reativação da malha ferroviária libanesa. "A conexão ferroviária deu uma nova identidade ao país, lhe devolveu o papel de ser o porto de ligação entre a Europa e os países do Oriente Médio", afirma.

Para escrever "Assassinato no Expresso do Oriente", a britânica Agatha Christie, passageira regular da famosa malha ferroviária, se inspirou em um incidente que ocorreu durante o inverno de 1929, quando o trem foi bloqueado por uma tempestade de neve durante seis dias perto de Çerkezköy, na Turquia. No entanto, nunca houve crimes à bordo do "Expresso", apesar do livro ter sido traduzido em mais de 30 línguas, deixando ainda mais tênue a fronteira entre ficção e realidade. 

Clique no vídeo abaixo para conferir a reportagem numa antiga estação abandonada do "Expresso do Oriente" em Trípoli:

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