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Irã/ eleições

Votação para a presidência do Irã termina, com forte participação

A votação no Irã para a eleição do novo presidente foi encerrada às 23h locais (15h30 de Brasília), cinco horas depois do prazo previsto inicialmente, anunciou o Ministério do Interior em um comunicado divulgado pelas redes de televisão. A forte participação fez as autoridades eleitorais adiarem três vezes o horário do fechamento das urnas. A contagem dos votos já começou e os primeiros resultados devem ser anunciados neste sábado.

Mulheres votam nas eleições iranianas, sob um cartaz do líder Ali Khamenei.
Mulheres votam nas eleições iranianas, sob um cartaz do líder Ali Khamenei. REUTERS/SANA/Handout via Reuters
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"Os centros de votação de Teerã devem fechar suas portas, mas os eleitores que já estão em seu interior podem votar", indica o comunicado. Na província, as unidades eleitorais fecharam às 22h, após vários adiamentos justificados pela forte participação dos eleitores.

A contagem dos votos já começou nas cidades do interior. A taxa de participação e os primeiros resultados parciais devem ser anunciados na manhã de sábado. Cerca de 50,5 milhões de eleitores foram convocados às urnas para eleger o sucessor do presidente Mahmud Ahmadinejad, quatro anos após a sua polêmica reeleição. O presidente não pode disputar um terceiro mandato consecutivo.

As seções eleitorais abriram às 08h locais (00h30 Brasília). Não foram fornecidos números sobre a taxa de participação, mas, de acordo com o prefeito de Teerã, pode chegar a 70% na província, onde é tradicionalmente menor do que em nível nacional. Em 2009, oficialmente 85% da população foi votar.

Apesar do calor, muitos eleitores faziam fila em frente aos locais de votação em Teerã, constataram jornalistas da agência AFP. No exterior, o relator especial da ONU para os direitos Humanos no Irã, Ahmed Shaheed, declarou que a eleição não tem sido "livre e justa", e Washington criticou a "falta de transparência".

Um dos primeiros a votar, o guia supremo Ali Khamenei, pediu mobilização aos eleitores. "A prosperidade e a felicidade do país dependem da sua participação e da escolha certa na eleição".

Hassan Rohani, um religioso de 64 anos, é o único candidato das alas moderada e reformista. Seus principais adversários na disputa pela presidência são três conservadores: o ex-chefe da diplomacia Ali Akbar Velayati, o prefeito de Teerã, Mohamad Bagher Ghalivaf, e o chefe dos negociadores nucleares, Saeed Jalili.

"Não pensem que se não se mobilizarem, vão resolver qualquer problema", declarou Rohani depois de votar em Teerã, afirmando que apostava "no futuro da nação". No campo oposto, Velayati pediu que todos os iranianos compareçam às urnas.

O Conselho dos Guardiães da Constituição, que supervisiona a votação, advertiu que "ninguém tem o direito de se declarar vencedor antes dos resultados". Em 2009, o reformista Mir Hossein Mousavi anunciou a sua vitória logo após a eleição, antes de Ahmadinejad ser declarado oficialmente vencedor. O segundo turno será realizado em 21 de junho, se nenhum dos seis candidatos obtiver mais de 50% dos votos.

Para os reformistas, o desafio é mobilizar os eleitores, mesmo aqueles que protestaram contra a reeleição de Ahmadinejad após acusações de fraude. A contestação foi reprimida e os dois candidatos derrotados, Mir Hussein Mussavi e Mehdi Karubi, estão em prisão domiciliar desde 2011.

A maioria dos eleitores tem a mesma preocupação: a crise econômica, que se traduz em um aumento do desemprego e da inflação, que atingiu mais de 30%, e uma desvalorização do rial em quase 70%. A crise foi provocada pelas sanções internacionais impostas pelo programa nuclear iraniano. O Irã, apesar de rejeitar as acusações, para muitas potências, tenta desenvolver armas atômicas sob a cobertura de um programa nuclear civil.
 

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