Iranianos vão às urnas escolher novo presidente

Os iranianos vão às urnas hoje para escolher um novo presidente. Apesar de o regime do aiatolá Khamenei ter feito tudo para garantir a eleição de um conservador, o único candidato reformista moderado pode surpreender e levar a votação ao segundo turno

Fila de espera diante do local de votaçãoda mesquita em Qom,em 14 de junho de 2013 REUTERS/Fars News/Mohammad Akhlagi

Cinquenta milhões de eleitores foram convocados para escolher o sucessor de Mahmoud Ahmadinejad, que já cumpriu dois mandatos e não pode concorrer novamente. Na reta final da campanha quem chamou a atenção foram os reformistas, que conseguiram mostrar que os moderados ainda são capazes de mobilizar muita gente.Os favoritos são os conservadores.que vêm com força total graças ao apoio do líder supremo aiatolá Ali Khamenei.

O regime havia desqualificado candidatos mais incômodos e caminhava tranquilo para eleger mais um presidente conservador. Mas nos últimos dias, a oposição moderada percebeu que seus dois candidatos estavam conseguindo fazer comícios cada vez mais cheios e animados. Os principais líderes decidiram então retirar um dos moderados e o escolhido para continuar na disputa foi Hassan Rowhani um clérigo xiita que já foi principal negociador do Irã.

Hasan Rowhani parece atrair o apoio dos mesmos milhões de iranianos que haviam protestado contra supostas fraudes na reeleição de Mahmoud Ahmadinejad em 2009. Esses protestos haviam sido reprimidos com violência pelo regime, e desde então os eleitores reformistas andavam silenciosos.

Por isso o regime foi pego de surpresa e ficou nervoso com o sucesso de Rowhani que não é um político muito conhecido. O principal jornal pró-regime disse que os conservadores deveriam fazer o mesmo que os reformistas e unir forças em torno de um só candidato. Mas a frente fundamentalista continua dividida entre três principais candidatos alinhados ao líder supremo aiatolá Ali Khamenei.

A campanha mais popular foi a do prefeito de Teerã Mohamad Qalibaf. Outro candidato de peso é Ali Akbar Velayati, assessor diplomático do líder supremo. Mas quem parece ser mais próximo das ideias do aiatolá Khamenei é Said Jalili o principal negociador nuclear do Irã.

Analistas dizem que o cenário está muito fragmentado e isso poderia levar a um segundo turno na próxima semana.Caso os reformistas cheguem até o segundo turno os conservadores seriam obrigados a se unir. As chances de vitória fundamentalista ficariam praticamente asseguradas já que o líder supremo poderia usar todo seu poder para mobilizar simpatizantes em favor dos conservadores. Mas qualquer suspeita de fraude poderia causar novos protestos.