Atentados matam 88 no Iraque; vice-presidente é condenado à morte
Pelo menos 88 pessoas morreram neste domingo e pelo menos 250 ficaram feridas em uma série de atentados a bomba no Iraque. O consulado da França em Nassiriah foi alvo de um dos ataques. A onda de violência coincide com a condenação à morte, divulgada hoje pela justiça, do vice-presidente Tarek al-Hachémi, um dos principais dirigentes sunitas do país.
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O atentado mais sangrento aconteceu em Amara, na região sudeste, numa zona próxima da fronteira iraniana. Nessa localidade de peregrinação xiita, a explosão de dois carros-bomba causou a morte de 16 pessoas. O hospital da cidade está lotado de pessoas feridas, a ponto de as mesquitas da cidade lançarem apelos para a doação de sangue pelos auto-falantes.
O ataque ao consulado francês de Nassiriah tirou a vida de um policial que fazia a segurança da missão diplomática e feriu outras quatro pessoas. O cônsul honorário, de nacionalidade iraquiana, não estava no local, conforme informou um diplomata francês.
Perto de Doudjail, 50 km ao norte de Bagdá, o atentado suicida com carro-bomba contra uma base militar provocou a morte de 34 pessoas, segundo as informações mais recentes divulgadas pelas autoridades iraquianas. Em Kirkuk, 250 km ao norte da capital, a explosão de outro carro-bomba perto de um centro de recrutamento de agentes de segurança da companhia petrolífera Northern Oil matou 7 pessoas e deixou 153 feridos.
Outros atentados atingiram as cidades de Samarra, Basra, Touz e Khourmato. Até o momento, nenhum grupo reivindicou os ataques.
O Iraque foi palco nos últimos meses de uma alta da violência com frequentes ataques dirigidos contra as forças de segurança, desde a retirada das tropas americanas em dezembro do ano passado. As autoridades iraquianas enfrentam islamitas ligados à Al Qaeda e rebeldes sunitas.
Vice-presidente iraquiano é condenado à morte
Neste domingo, a justiça iraquiana condenou à morte por enforcamento o vice-presidente sunita, Tarek al-Hachémi, e seu secretário particular, que também é seu genro. Ambos foram julgados à revelia por crimes de terrorismo. Hachémi respondia a 150 acusações e foi considerado culpado pelos assassinatos de uma advogada e do general Talib Belassim.
O julgamento aconteceu à revelia dos réus. O vice-presidente iraquiano e seu genro estão refugiado desde abril na Turquia e não pretendem voltar ao Iraque. O governo turco já informou que não vai extraditá-los. Os réus têm 30 dias para recorrer contra a sentença.
Há meses o vice-presidente iraquiano se diz vítima de um processo político, que opõe seu bloco Iraqiya, grupo político dominado pelos sunitas, ao primeiro-ministro xiita Nouri al-Maliki, acusado por Hachémi de autoritarismo. Hachémi sempre negou as acusações e insistiu que os testemunhos de seus seguranças sobre seu envolvimento nos crimes foram obtidos à força pelas autoridades de Bagdá. Seu julgamento começou no dia 3 de maio. Cinco dias depois, a Interpol pediu sua detenção e extradição aos 190 países-membros da organização.
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