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Aumento da adesão de menores de idade ao terrorismo islâmico preocupa a França, diz jornal

A crescente adesão de pessoas com um perfil cada vez mais jovem ao terrorismo islâmico preocupa a França de acordo com o jornal Le Figaro. Desde janeiro deste ano, mais da metade dos acusados ​​em processos terroristas no país têm menos de 18 anos.

Polícia e bombeiros protegem uma área depois que um professor foi morto e duas pessoas ficaram feridas na escola secundária Gambetta-Carnot, em Arras, norte da França, em 13 de outubro de 2023.
Polícia e bombeiros protegem uma área depois que um professor foi morto e duas pessoas ficaram feridas na escola secundária Gambetta-Carnot, em Arras, norte da França, em 13 de outubro de 2023. © REUTERS/Pascal Rossignol
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Sob o título “Islamismo: esta nova geração radical que preocupa”, o assunto está na capa do jornal Le Figaro desta quinta-feira (16). A matéria afirma que esta é uma realidade mais preocupante do que nunca, socialmente falando, mas também juridicamente e de um ponto de vista de segurança.

As atrocidades do terrorismo islâmico continuam a acontecer desde 2012 e, apesar das pesadas sanções aplicadas, os menores, rapazes e moças, continuam a aderir ao Islã radical antes de se envolverem em projetos terroristas. Desde 1° de janeiro, dez adolescentes com idades entre os 14 e os 17 anos (incluindo dois pelo seu papel indireto no ataque de Arras, em 13 de outubro, a uma escola) foram acusados por atos desta natureza. Além disso, três planos de ataque frustrados desde o início do ano envolviam apenas menores.

O fenômeno certamente não é novo, continua a publicação francesa, remonta pelo menos ao início da década de 2010, e esta presença maciça e sistemática de pessoas muito jovens nos casos seria também uma das especificidades do terrorismo islâmico.

“Recrutadores”

Apenas em 2016, quando os “recrutadores” do Estado Islâmico visavam adolescentes que permaneciam na França, nada menos que 51 menores foram indiciados em casos de terrorismo.

Um estudo publicado em 2019 e que abrangeu 88 atentados ou ataques frustrados entre 2015 e 2018, observou que 16% das pessoas envolvidas eram menores. Entre 2015 e meados de 2023, mais de cem pessoas com menos de 18 anos foram condenadas por um tribunal de menores.

Em um ataque com faca realizado na França por um menor de 15 anos de origem curda contra seu professor judeu, em janeiro de 2016, em Marselha, o aluno, apreciado pelos professores e desconhecido dos serviços antiterrorismo, alegou que os “muçulmanos da França desonram o Islã e o Exército francês protege os judeus”.

Para Le Figaro, estas conclusões, que demonstram tanto uma progressão do Islã radical e do jihadismo quanto um fracasso das medidas contra a radicalização, já seriam suficientemente preocupantes, mas o fato é que o fenômeno parece estar ainda mais acelerado em 2023.

“Bebês terroristas”

O procurador nacional antiterrorismo da França, Jean-François Ricard, insiste em dois elementos que podem explicar, em parte, esta “tendência” de “bebês terroristas”. A primeira deve-se ao fato de “o terrorismo hoje ter se tornado um terrorismo de massas", diz ao jornal. "O jihadismo, e sua capacidade de atração, já não diz respeito a um punhado de terroristas “profissionais”, mas sim a mulheres, crianças, adolescentes, quer tenham permanecido na França, quer tenham regressado da zona sírio-iraquiana."

Um segundo elemento apontado por ele seriam as “ameaças imprevisíveis” e, com isso, difíceis de conter. Há muitos anos, revela o texto, os “influenciadores” terroristas e sua propaganda têm como alvo direto ou indireto este público vulnerável e mais dificilmente detectável.

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