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Polícia francesa atira oito vezes em mulher que ameaçava 'se explodir' em estação do metrô de Paris

A polícia francesa abriu fogo e feriu gravemente uma mulher nesta terça-feira (31) em Paris que, segundo testemunhas, fez comentários ameaçadores e gritou "Allah Akbar" – expressão em árabe que significa “Alá é Grande” ou "Alá é o Maior" –, em um trem da rede suburbana do metrô parisiense. A mulher corre risco de morte, de acordo com o Ministério Público francês (MP).

Policiais na entrada da estação de metrô e trens de subúrbio (RER) da Biblioteca François Mitterrand, em Paris.
Policiais na entrada da estação de metrô e trens de subúrbio (RER) da Biblioteca François Mitterrand, em Paris. AP - Michel Euler
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A polícia foi alertada por chamadas telefônicas de passageiros que mencionavam uma mulher "completamente coberta pelo véu islâmico" e que "fazia ameaças" dentro de um trem da linha RER C. Segundo estas testemunhas, ela “pronunciou Allah Akbar várias vezes”.

O porta-voz do governo, Olivier Véran, confirmou que a mulher fez “comentários agressivos com conotações jihadistas” durante o trajeto do trem pela periferia de Paris. A polícia foi chamada pelos serviços de segurança da companhia ferroviária SNCF e interveio quando o trem chegou na estação da Biblioteca François Mitterrand, na zona leste de Paris. 

Os policiais conseguiram "isolar" a suspeita, e a estação foi rapidamente evacuada. A mulher, de 38 anos, "recusou-se a cumprir as ordens da polícia” e continuou a ameaçar de “se explodir”, detalhou o MP e uma fonte policial. Diante dessas circunstâncias, dois policiais dispararam oito vezes contra a mulher. Gravemente ferida no abdome, ela foi transportada para um hospital da capital e corre risco de morte. Nenhum explosivo foi encontrado com ela.

Segundo o porta-voz do governo, esta mulher já tinha sido “condenada” por “ter feito ameaças contra soldados da Operação Sentinela”, em vigor no país desde os ataques terroristas de 2015. Véran evocou possíveis distúrbios de “saúde física”, sem dar maiores detalhes.

Fontes policiais disseram à AFP que a suspeita já foi fichada por radicalização islâmica no passado, mas não sabiam dizer se o registro continuava ativo nos orgasnismos de inteligência do governo. 

Investigações

Duas investigações foram abertas sobre o caso. A polícia judiciária parisiense irá investigar as denúncias de "apologia do terrorismo, ameaças de morte e intimidação contra titular de autoridade pública”. Um segundo inquérito administrativo foi aberto pela Inspeção-Geral da Polícia Nacional (IGPN), órgão equivalente à Corregedoria da Polícia no Brasil, que irá avaliar as circunstâncias que levaram os policiais autores dos disparos a utilizar suas armas.

Após o assassinato de um professor em Arras (norte), no dia 13 de outubro, o Ministério do Interior francês decretou "alerta de emergência" contra risco de ataques terroristas no país. O professor Dominique Bernard foi letalmente esfaqueado por um jovem checheno de 20 anos, que era fichado por radicalização islâmica nos cadastros da polícia desde fevereiro de 2021.

Este assassinato reacendeu o temor de uma nova onda de ataques terroristas na França. As autoridades públicas reforçaram as medidas de segurança, num contexto já marcado por tensões geradas pelo conflito entre Israel e o Hamas no Oriente Médio. A França acolhe em seu território as duas maiores comunidades de judeus e muçulmanos da Europa.

(Com informações da AFP)

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