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Atual crise migratória na ilha de Lampedusa mobiliza governo francês

Nesta segunda-feira (18), os jornais franceses destrincham a crise migratória na ilha de Lampedusa, na Itália, após pedido de ajuda do país à União Europeia. O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, viaja a Roma para discutir meios de cooperar com o governo italiano na proteção de fronteiras.

Migrantes são atendidos por ONGs humanitárias na ilha de Lampedusa. 16 de Setembro de 2023
Migrantes são atendidos por ONGs humanitárias na ilha de Lampedusa. 16 de Setembro de 2023 AFP - ZAKARIA ABDELKAFI
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Nos últimos dias, cerca de 11 mil migrantes desembarcaram na ilha italiana provenientes de países da costa norte do continente africano. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou no domingo (17) um plano de emergência para ajudar a Itália a administrar a chegada recorde de migrantes a seu território e pediu solidariedade aos demais países do bloco. 

O apelo de Von der Leyen reaquece o debate sobre a divisão de responsabilidades entre os 27 e evidencia a falta de uma política estruturada para controlar a afluência de migrantes, que está se intensificando e não vai parar, seja por causa do desequilíbrio climático, da pobreza, de conflitos e tensões geopolíticas. 

O jornal Le Monde aponta as reações políticas na França. Segundo o veículo, partidos de extrema direita franceses atacaram o presidente Emmanuel Macron depois de sua demonstração de apoio e defesa de um acordo com a Itália. "Macron sob pressão", diz a manchete. Enquanto a direta do país denuncia o risco de uma chamada "inundação" migratória, Macron, por sua vez, defende o princípio de um "dever de solidariedade europeia". O líder francês diz não querer "deixar a Itália sozinha com o que ela está passando".

As críticas vêm após a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, anunciar que pretende bloquear novas travessias de migrantes e a recusa da Alemanha em receber novos requerentes de asilo.

Já o jornal Le Parisien traz uma reportagem na qual destaca a visita do ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, a Roma nesta segunda-feira (18). Darmanin disse que irá discutir uma cooperação europeia no caso de Lampedusa, a pedido de Macron. O ministro francês deve se encontrar com o colega de pasta italiano, Matteo Piantedosi, para discutir ações eficazes, uma vez que a Itália se tornou a principal porta de entrada na Europa para migrantes provenientes do norte da África.

Ajuda na segurança de fronteiras

Ainda no Le Parisien, o ministro francês afirma que a intenção é “ajudar a Itália a manter a segurança de suas fronteiras", impedindo a chegada de migrantes de forma irregular. No entanto, ele garantiu ao público que "a França não está se preparando" para receber os migrantes que desembarcaram em Lampedusa e em outras cidades italianas.

Gérald Darmanin afirma que os migrantes que não preenchem os critérios para solicitar asilo no bloco "devem ser enviados de volta aos seus países". Entretanto, para as pessoas em situação de perseguição por razões políticas, o francês defende que elas beneficiem do status de "refugiadas" e, portanto, seriam elegíveis para pedir asilo em território francês.

O mesmo assunto é capa do Le Figaro, que aponta uma Europa dividida sobre as respostas à crise migratória. Para o jornal, a União Europeia ainda não conseguiu chegar a um acordo sobre a adoção do novo pacto de asilo e imigração do bloco. 

O jornal, de centro-direita, chama a atenção para o posicionamento da presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, que afirma que "o futuro da Europa depende de sua capacidade de enfrentar os grandes desafios da atualidade", incluindo a imigração.

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