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Migração: Bruxelas propõe plano de emergência para Itália e apela à solidariedade europeia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou neste domingo (17), na pequena ilha italiana de Lampedusa, um plano de emergência para ajudar Roma a gerir os fluxos migratórios vindos do norte da África e apelou à solidariedade dos parceiros europeus da península.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou neste domingo (17), na pequena ilha italiana de Lampedusa, um plano de emergência para ajudar Roma a gerir os fluxos migratórios. Lampedusa, 17 de setembro de 2023.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou neste domingo (17), na pequena ilha italiana de Lampedusa, um plano de emergência para ajudar Roma a gerir os fluxos migratórios. Lampedusa, 17 de setembro de 2023. AFP - HANDOUT
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Depois de visitar, com a chefe do Governo italiano, Giorgia Meloni, o centro de acolhimento de migrantes na ilha, Von der Leyen detalhou um plano de ajuda de dez pontos, destinado a gerenciar a emergência, a distribuir melhor os requerentes de asilo entre os países europeus, a facilitar os regressos, e evitar a repetição de episódios de chegadas em massa que colocam uma pressão significativa nas capacidades logísticas e administrativas da península.

Este plano deverá combinar firmeza contra os contrabandistas e facilitar os canais legais de entrada no espaço europeu para candidatos elegíveis para asilo. A curto e médio prazos, os parceiros europeus da Itália, o primeiro país de entrada na UE nesta rota migratória, devem se engajar, afirmou a presidente da Comissão Europeia.

“A imigração irregular é um desafio europeu que necessita de uma resposta europeia”, insistiu ela durante uma conferência de imprensa. “Instamos outros Estados-membros a utilizarem o mecanismo de solidariedade voluntária”, acrescentou, sem mencionar a Alemanha, que recentemente decidiu deixar de receber migrantes que chegam à Itália.

“É o futuro que a Europa quer dar a si mesma que está aqui em jogo”, declarou Giorgia Meloni, “porque o futuro da Europa depende da sua capacidade de enfrentar os grandes desafios”, incluindo a imigração.

Meloni critica seus parceiros europeus pela falta de solidariedade para com a Itália, que acolheu cerca de 130 mil migrantes no seu território desde o início do ano.

“Como sempre, assumo a responsabilidade pessoalmente”

As duas líderes se reuniram na manhã deste domingo nesta pequena e tensa ilha mediterrânica, onde milhares de migrantes chegaram esta semana. Os moradores descontentes com estas chegadas massivas receberam as autoridades no aeroporto, mas ameaçando bloquear sua visita pela ilha.

“Estamos fartos de que a ilha seja usada como plataforma” para líderes políticos sem que as suas visitas sejam seguidas de resultados, disse um pescador a Giorgia Meloni.

“Estamos fazendo tudo o que podemos”, respondeu Meloni, acrescentando: “Como sempre, assumo a responsabilidade pessoalmente”.

A Cruz Vermelha Italiana (CRI), que administra o “hot spot” (centro de acolhimento) de Lampedusa, informou neste domingo que, no local, ainda se encontravam 1,5 mil migrantes, para uma capacidade de 400 pessoas, quando a transferência para a Sicília e para o continente não compensam completamente as novas chegadas.

ONGs

Grandes navios de ONGs, como o Geo Barrents da Médicos Sem Fronteiras (MSF), que resgatou quase 500 migrantes em 11 operações, são direcionados para os principais portos italianos.

Mas dezenas de pequenos barcos continuam sua travessia do Mediterrâneo e chegam diretamente a Lampedusa, onde o sistema de gestão de migrantes se encontra à beira da asfixia.

Entre segunda (11) e quarta-feira (13), cerca de 8,5 mil pessoas, mais do que toda a população de Lampedusa, chegaram a bordo de 199 barcos, de acordo com números da agência de migração das Nações Unidas.

Esta crise migratória tem sido objeto de intensa atividade diplomática há três dias. Os ministros do Interior francês, italiano e alemão conversaram pelo menos duas vezes esta semana. O ministro francês, Gérald Darmanin, irá à Itália "nos próximos dias", concordaram Meloni e o presidente Emmanuel Macron no sábado (16), prometendo "fortalecer a cooperação a nível europeu", segundo Paris.

Assembleia da ONU

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, anunciou neste domingo que a questão da imigração estaria na ementa de duas cúpulas previstas para outubro, e o chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani, afirmou sua intenção de impor o tema na agenda da Assembleia Geral das Nações Unidas na próxima semana em Nova York.

Visitando o reduto do seu aliado italiano Matteo Salvini, em Pontida (norte), neste domingo, Marine Le Pen, líder da extrema direita francesa, apelou à “defesa do nosso povo face à sobrecarga migratória”.

Localizada a menos de 150 km da costa tunisina, Lampedusa é um dos primeiros pontos de escala para migrantes que atravessam o Mediterrâneo na esperança de chegar à Europa. Todos os anos, durante o verão, dezenas de milhares deles vão para o mar em barcos improvisados.

Um total de mais de 127 mil migrantes desembarcaram na costa italiana desde o início do ano, quase o dobro em comparação com o mesmo período de 2022.

(Com informações da AFP)

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