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Ucrânia pode sofrer apagão após ataques russos a usinas elétricas de várias regiões

A Ucrânia alertou nesta quarta-feira (8) sobre possíveis cortes de energia no final do dia, com a operadora nacional prevendo uma situação “particularmente difícil” após outro ataque russo “maciço” à rede elétrica, que deixou uma pessoa morta e uma dúzia de feridos. A infraestrutura ferroviária também foi alvo do exército russo, com a intenção de interromper o comércio, o transporte civil e a chegada de suprimentos militares do Ocidente.

Há várias semanas, a segunda mais importante cidade da Ucrânia, Kharkiv, a apenas 30 km da fronteira com a Rússia, está sob bombardeio diário.
Há várias semanas, a segunda mais importante cidade da Ucrânia, Kharkiv, a apenas 30 km da fronteira com a Rússia, está sob bombardeio diário. AP - Yakiv Liashenko
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“O inimigo não está desistindo de seus planos para privar os ucranianos de luz. Outro ataque maciço ao nosso setor de energia", escreveu o ministro da Energia da Ucrânia, Guerman Galushchenko, em um canal no Telegram.

Os ataques tiveram como alvo instalações de produção e transmissão de eletricidade nas regiões de Poltava (leste), Kirovograd (centro), Zaporíjia (sul), Lviv, Ivano-Frankivsk e Vinnytsia (oeste), acrescentou.

A cidade de Kherson, no sul, também foi “parcialmente privada de eletricidade” devido a “ataques inimigos”, disse o governador Oleksandre Prokoudine.

A empresa nacional de eletricidade Ukrenergo alertou que “das 18h às 23h é possível que haja cortes de energia em toda a Ucrânia”. Ela pediu a seus clientes que “usassem a eletricidade com moderação” para lidar com uma situação que se espera ser “particularmente difícil”.

“Os russos golpearam de forma maciça usinas térmicas e hidrelétricas”, lamentou a operadora, acrescentando que esse foi o quinto ataque à rede de energia desde 22 de março.

A força aérea ucraniana afirmou ter abatido 39 dos 55 mísseis lançados pela Rússia, bem como 20 dos 21 drones de ataque.

O Ministério da Defesa da Rússia se posicionou na manhã de quarta-feira, alegando que realizou ataques com mísseis e drones contra alvos militares e de energia na Ucrânia “em resposta” aos ataques de Kiev à sua própria infraestrutura.

Usinas bombardeadas cerca de 180 vezes desde 2022

De acordo com a DTEK, o maior investidor privado no setor de energia da Ucrânia, três usinas térmicas foram “seriamente danificadas”. A empresa acrescentou que suas instalações foram bombardeadas cerca de 180 vezes desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, e de forma mais intensa nas últimas seis semanas.

A Rússia vem bombardeando a rede de energia da Ucrânia há meses, causando grandes danos e cortes de eletricidade generalizados. Os ataques noturnos mataram uma mulher de 65 anos em um vilarejo na região sul de Kherson, Bilozerka, e feriram outras três pessoas, de acordo com autoridades locais.

Uma pessoa ficou ferida na região sul de Dnipropetrovsk, duas em Brovary, perto de Kiev, e pelo menos outras duas na capital.

Uma criança de 8 anos também ficou ferida na região de Kirovograd (centro), detalhou o governador Andriï Raïkovytch.

Zelensky denuncia “terror russo”

Na quarta-feira, “o dia da comemoração da vitória contra o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial, Putin, o nazista, lançou um ataque maciço contra a Ucrânia”, protestou o presidente Volodymyr Zelensky em um vídeo na rede social X.

“O mundo não deve dar a menor chance ao novo nazismo”, pediu o presidente ucraniano, instando seus aliados a fornecer mais ajuda militar.   

As ferrovias são alvo 

De acordo com a administração militar da cidade de Kiev, bombardeiros estratégicos russos do tipo Tu-95MS dispararam vários mísseis de cruzeiro contra a capital, que foi colocada em alerta máximo por três horas. Todos esses mísseis foram abatidos, segundo a mesma fonte.

A infraestrutura ferroviária também foi alvo na região de Kherson. “Os trilhos foram danificados”, contou o governador Oleksandre Prokoudine, acrescentando que o tráfego em uma das linhas foi restringido. A infraestrutura ferroviária é particularmente vital na Ucrânia, onde todo o tráfego aéreo civil está paralisado desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022.

Com os ataques às ferrovias da Ucrânia, a Rússia visa prejudicar rotas essenciais para o comércio, o transporte civil e o envio de suprimentos militares, principalmente vindos do Ocidente.

Kiev alega que Moscou intensificou seus ataques aéreos e terrestres no período que antecede as celebrações nacionais em 9 de maio, data em que a Rússia comemora a vitória na Segunda Guerra Mundial, e para aproveitar a escassez de armamentos na Ucrânia, que aguarda a chegada de suprimentos de armas cruciais, principalmente dos Estados Unidos.

(Com informações da AFP)

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