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Europa deve seguir rumos mais nacionalistas e populistas nas próximas eleições do bloco em junho

Com a proximidade das eleições europeias, a imprensa francesa analisa, nesta sexta-feira (10), o cenário político do presente na tentativa de prever o futuro plenário do Parlamento Europeu, sediado em Estrasburgo. Entre os dias 6 e 9 de junho, ocorrerá o maior pleito transfronteiriço do mundo para o qual 400 milhões de eleitores estão inscritos. Com a extrema direita representando a segunda força política em mais de um terço dos países do bloco, ao que tudo indica, a Europa deve tomar rumos cada vez mais nacionalistas e populistas.

As bandeiras dos países-membros da União Europeia diante do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
As bandeiras dos países-membros da União Europeia diante do Parlamento Europeu, em Estrasburgo. AP - Jean-Francois Badias
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Segundo Le Monde, as pesquisas estão prevendo um aumento nos partidos nacionalistas e populistas em todo o continente europeu e apresenta uma visão geral do panorama por meio dos perfis de nove candidatos à frente nas pesquisas. E crava os nomes que devem ser os vencedores das eleições europeias a serem realizadas de 6 a 9 de junho.  

Jordan Bardella, presidente do partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), apresenta o programa de seu partido para as eleições europeias de junho. Paris, França, 25 de abril de 2024.
Jordan Bardella, presidente do partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), apresenta o programa de seu partido para as eleições europeias de junho. Paris, França, 25 de abril de 2024. AFP - MIGUEL MEDINA

O levantamento do jornal diz que, na França, a última pesquisa da Ipsos realizada no final de abril, apontou Jordan Bardella, de apenas 28 anos, líder da lista do partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), como o vencedor com 32% dos votos, e indica que a tendência é a mesma em toda a Europa: o aumento no apoio de partidos à direita das formações conservadoras tradicionais.  

Le Monde oferece ainda uma visão da realidade fora da França por meio dos perfis de vários concorrentes que buscarão os votos dos europeus nos 27 Estados-Membros.  

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Sair da UE está fora de questão

La Croix descreve uma mudança de rota dos candidatos de partidos soberanistas europeus no período que antecede as eleições europeias. Se antes, era arriscado que a votação europeia pudesse se transformar em um referendo em favor ou contra a União Europeia. Para o jornal, a estratégia de falar em deixar o bloco não está mais atraindo votos. 

“Nos últimos anos, a Europa tem conseguido convencer as pessoas de que ela oferece a melhor proteção contra crises”, detalha a publicação. 

Na França, o RN não quer mais que a França deixe a zona do euro. Na Alemanhana mesma linha política, o AfD, com 15% das intenções de voto, é ambíguo sobre o tema, explica a reportagem. Enquanto seu programa descreve a UE como "um projeto fracassado", seu slogan simplesmente pede para "repensar a Europa", não para deixá-la. Na Itália, a primeira-ministra Giorgia Meloni rompeu com o soberanismo de suas campanhas eleitorais anteriores, exemplifica o jornal. 

Inflação faz partidos pisarem nos freios

Le Figaro entrevista especialistas e resume que nessas eleições“ o dinheiro continua sendo o fio condutor da batalha eleitoral". Especialmente neste ano, quando a inflação está persistente e força os partidos a pisarem nos freios. De acordo com o jornal, só o preço de impressão das cédulas de votação quase "dobrou" desde 2021. 

"O preço do papel, da tinta, do transporte... tudo subiu", admite Matthias Tavel, diretor de campanha do França Insubmisa (LFI). Além disso, na corrida para o Parlamento Europeu, os partidos estão, portanto, tomando cuidado para não ultrapassar o limite de 4 milhões de euros, que é o teto que pode ser reembolsado pelo Estado para todas as listas que obtiverem mais de 3% dos votos. 

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