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A 500 dias dos Jogos Olímpicos, França é criticada por falta de acessibilidade para deficientes

Liberdade e Fraternidade talvez, Igualdade, pelo menos em termos de acesso, nem tanto. O segundo valor do lema da França parece mais distante às 12 milhões de pessoas com deficiências no país. O anúncio do presidente Emmanuel Macron de um investimento de € 1,5 bilhão e de pelo menos 70 medidas para melhorar a vida destes cidadãos recebe a atenção dos jornais franceses desta quinta-feira (27).

A menos de 500 dias dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris-2024, as dificuldades dos atletas que vivem na capital francesa expõem as lacunas de acessibilidade no transporte público (imagem ilustrativa).
A menos de 500 dias dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris-2024, as dificuldades dos atletas que vivem na capital francesa expõem as lacunas de acessibilidade no transporte público (imagem ilustrativa). Getty Images - ljubaphoto
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O tema é uma das chamadas de capa do Le Figaro, que destaca as promessas do líder francês durante a 6ª Conferência Nacional de Deficiências, realizada nesta quarta-feira (26), no Palácio do Eliseu.

O posicionamento forte do chefe de Estado frente às associações não é gratuito, uma vez que, há apenas dez dias, a França foi duramente criticada em um relatório do Conselho Europeu por não respeitar os direitos das pessoas com deficiências.

Uma questão grave não apenas para os 12 milhões de deficientes, mas também às 8 milhões de pessoas que atuam direta ou indiretamente em seu auxílio.

A menos de 500 dias dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris-2024, as dificuldades dos atletas que vivem na capital francesa expõem as lacunas de acessibilidade no transporte público.

Cerca de 350 mil pessoas com deficiência estarão presentes em uma das cidades mais turísticas do mundo durante estes eventos programados para acontecerem de julho a setembro de 2024, dos quais entre 2,5 mil e 4 mil por dia em cadeiras de rodas, de acordo com as autoridades locais.

 

 

Apenas intenções

Meio às medidas anunciadas por Macron, o jornal Le Monde cita como exemplos o reembolso integral na compra de cadeiras de rodas e melhorias nas condições de trabalho de profissionais que acompanham crianças com deficiências nas escolas.

Mas a publicação destaca também o descontentamento das associações, que acusam o presidente francês de pouca ambição e de não passar do estágio de intenções. Muitas organizações boicotaram a conferência.

Já o Libération reproduz o fala do presidente francês que admite que “o país não está à altura do ideal de igualdade do lema da República”, lembrando que, além das críticas do Conselho Europeu, a ONU também estima que os direitos das pessoas com deficiências são negligenciados na França.

Orgulhoso por ter liderado o que ele chama de “uma revolução silenciosa” na educação de alunos com deficiência, que teria “conduzido à criação de um verdadeiro novo serviço público”, Emmanuel Macron admitiu que “ainda há muito por fazer, porque muitas situações são insatisfatórias".

Sanções

O site da revista L'Obs explica como o pacote de € 1,5 bilhão deve ter forte impacto principalmente sobre pequenos estabelecimentos, como pequenos comércios, restaurantes e prestadores de serviços, para quem o custo de adaptação das instalações é muito alto.

As medidas preveem ainda um balanço dos resultados em um ano, prometendo sérias sanções àqueles que não se engajarem neste projeto que visa tornar todo o país mais acessível aos deficientes.

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