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Comércio

Em contraste com o vizinho Mercosul, Aliança do Pacífico mostra dinamismo

A X Cúpula da Aliança do Pacífico terminou nesta sexta-feira (4), no Peru, com a incorporação de 10 novos países observadores e um projeto para incluir as pequenas e médias empresas (PMEs) no fortalecimento de seu comércio e nos planos de luta contra a pobreza. O evento acentuou o caráter liberal do bloco, em contraste com a política protecionista do Mercosul.

Presidentes do Chile, Michelle Bachelet, e do Peru, Ollanta Humala.
Presidentes do Chile, Michelle Bachelet, e do Peru, Ollanta Humala. REUTERS/Janine Costa
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A revista semanal francesa Les Echos define assim o abismo que separa o bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela e o bloco de Peru, Colômbia, México e Chile: “De um lado, o Mercosul, cada vez mais ancorado à esquerda. Do outro, a Aliança do Pacífico, formada por países citados como exemplo por Washington e batizados de ‘Pumas do Pacífico’, em contraste com o protecionismo voluntário do Mercosul”.

Embora os dois blocos vizinhos tenham dado sinais recentes de querer se aproximar, a Aliança do Pacífico demonstrou, na Cúpula encerrada ontem, trabalhar com o olhar em direção ao mundo. E despertou interesse. Agora, conta com 42 países observadores. A projeção internacional da Aliança tem como eixo a afinidade em torno do livre-comércio e da democracia para somar forças e sinergias.

"A Aliança do Pacífico (AP) é um grande motor que dinamiza nossas economias, é uma janela de oportunidade para os quatro países para melhorar a qualidade de vida que quer projetar para o mundo", disse o presidente peruano, Ollanta Humala, durante o fechamento do evento que começou na noite de quinta-feira na baía de Paracas (ao sul de Lima).

Na Declaração de Paracas, assinada pelos representantes dos quatro países, ficou acordada a criação de um fundo de capitalização para pequenas e médias empresas. O Fundo de Capital Empreendedor dos países da Aliança do Pacífico deve iniciar operações no ano 2017.

"Não é um acordo de livre-comércio avançado, é um espírito de integração que não olha apenas para temas econômicos e comerciais como para outros temas, como educação e os níveis de pobreza", acrescentou Humala em uma tácita crítica aos presidentes da região, como o boliviano Evo Morales, que questionam o bloco.

Oitava economia do mundo

O PIB conjunto dos quatro integrantes representa a oitava economia do mundo. Neste encontro, a Aliança aceitou a incorporação de outros dez países como "estados observadores". Entre eles estão Indonésia, Tailândia, Grécia, Austrália e Polônia. Ainda não se falou da possível inclusão, como membros plenos, dos aspirantes Panamá e Costa Rica.

"A Aliança do Pacífico é um dos instrumentos mais poderosos e dinâmicos da região e do mundo", enfatizou Bachelet. A presidente chilena ressaltou a importância de projetar o bloco comercial para outras regiões, mencionando os países do Sudeste Asiático e do Mercosul.

Um dos acordos alcançados foi a criação de um Fundo de Capitalização para Pequenas e Médias Empresas, que funcionará com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Corporação Andina de Fomento (CAF).

Em 2016, o BID implantará um fundo global de apoio a PMEs e parcerias público-privadas de US$ 2 bilhões, disse em Paracas o presidente do banco de fomento, Luis Alberto Moreno. Parte do montante iria para a Aliança. Os quatro países da Aliança reúnem 216 milhões de habitantes e têm um PIB de US$ 2,1 trilhões, que representa 37% do total da América Latina.

(com informações da AFP)

 

 

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