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Argentina/Astiz

Justiça argentina anuncia veredito de torturador da ditadura

A Justiça argentina anuncia nesta quarta-feira em Buenos Aires, o veredito do processo do torturador Alfredo Astiz. O ex-capitão da Marinha é acusado, entre outros crimes, da morte de duas religiosas francesas que desapareceram na época da ditadura, entre 1976 e 1983.

O ex-capitão Alfredo Astiz é acusado da morte de 5 mil pessoas
O ex-capitão Alfredo Astiz é acusado da morte de 5 mil pessoas Reurers/Marcos Brindicci
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Alfredo Astiz é acusado de crimes contra a humanidade e da participação no sequestro das irmãs francesas Alice Domon e Léonie Duquet. Domon foi levada no dia 8 de dezembro de 1977, em frente à igreja de Santa Cruz de Brunos Aires, e Duquet, dois dias depois, na Paróquia San Pablo, no subúrbio da capital. Na época, Astiz era membro do grupo 3.3.2, que praticava sequestros, e mantinha na escola Mecânica da Marinha (Esma), o maior centro de tortura da ditadura argentina.

Das cerca de 5 mil vítimas, apenas cem sobreviveram aos suplícios, segundo estimativas. A promotoria pediu a pena máxima contra Astiz, de 25 anos de prisão. A defesa pediu sua libertação, argumentado que ele apenas "obedecia ordens." Outros 17 militares também devem ser julgados no mesmo processo. Um deles, Jorge "Le Tigre" Acosta, dieclarou recentemente que o "problema foi ter deixado algumas testemunhas vivas." Em 1999, a França, que o condenou à revelia à prisão perpétua, pediu sua extradição, mas Astiz pediu para ser julgado em seu país, o que prevê a legislação argentina.

Conhecido como o “anjo da morte”, Astiz chegou a se infiltrar no movimento das mães e avós da Praça de Maio, dizendo ser irmão de um dos desaparecidos. Ele designou suas vítimas para o comando com um beijo no rosto. Dez ativistas, entre elas a fundadora do movimento, Azucena Villaflor foram torturadas. A repressão na Argentina deixou 30 mil desaparecidos, entre eles 18 franceses.

 

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