Acessar o conteúdo principal

Humano é infectado com gripe aviária a partir de gado leiteiro nos EUA

Uma pessoa testou positivo para gripe aviária após ser infectada por uma vaca leiteira no Texas, anunciaram as autoridades dos Estados Unidos na segunda-feira (2). O paciente está se recuperando e esta infecção não altera, segundo especialistas, a avaliação de “baixo risco” para a população americana. Entretanto, a preocupação com a atual cepa é crescente no mundo, à medida que o vírus se espalha para outras espécies. 

Especialistas estão preocupados com o número crescente de mamíferos infectados com a gripe aviária. Foto ilustrativa
Especialistas estão preocupados com o número crescente de mamíferos infectados com a gripe aviária. Foto ilustrativa AFP/Archivos
Publicidade

Este é o segundo caso de alguém com teste positivo para gripe aviária nos Estados Unidos, depois que o vírus contaminou rebanhos no Texas, no Kansas e em vários outros estados, na semana passada, aparentemente expostos a aves selvagens. 

“O paciente relatou como único sintoma vermelhidão nos olhos (como uma conjuntivite) e está se recuperando”, informaram os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), acrescentando que a vítima foi isolada e está sendo tratada com um antiviral usado para a gripe. 

O atual surto começou em 2020 e levou à morte de dezenas de milhões de aves de criação, infectando também aves selvagens, bem como mamíferos terrestres e marinhos. Vacas e cabras entraram na lista na semana passada, uma descoberta surpreendente para os especialistas já que esses animais não eram considerados suscetíveis a este tipo de gripe. 

“Os testes iniciais não mostraram nenhuma alteração no vírus que o torne mais transmissível aos humanos”, anunciaram o Ministério da Agricultura, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e a Agência Americana de Medicina (FDA), em comunicado de imprensa na semana passada, acrescentando que as vacas foram infectadas por aves selvagens. 

Um primeiro caso em humanos foi descoberto nos Estados Unidos em 2022, no Colorado, mas a vítima havia sido infectada por aves.  

“Se continuarmos a encontrar focos de contaminação em vacas, isso significa que elas terão de ser monitoradas”, disse à AFP Louise Moncla, pesquisadora da Escola de Veterinária da Universidade da Pensilvânia. “Isso representa uma grande mudança na forma como entendemos esses vírus,” completou. 

Os especialistas estão preocupados com o número crescente de mamíferos infectados com a gripe aviária e com o seu potencial de propagação, embora reafirmem que os casos em humanos são muito raros. 

“Atualmente, a população em geral não tem motivos reais para se preocupar”, tranquilizou Moncla. 

Fornecimento de leite seguro 

De acordo com as autoridades do Texas, a infecção do gado não representa um problema para a comercialização do leite porque as fábricas de lacticínios são obrigadas a destruir o leite das vacas doentes. A pasteurização também mata o vírus. Os especialistas ainda garantiram que estavam ajudando as fazendas de gado leiteiro afetadas a limitar a exposição dos seus funcionários e a monitorar e testar aqueles que tiveram contato com animais infectados. 

No dia 20 de março, o estado de Minnesota havia alertado sobre a descoberta de casos de gripe aviária entre cabritos. 

Em fevereiro de 2023, um menino de nove anos morreu do vírus no Camboja, somando-se às três mortes ocorridas no mesmo ano. Contudo, a gripe aviária que se espalha na Europa e na América do Norte cause infecções normalmente leves, explica Louise Moncla. 

A gripe aviária já matou dezenas de milhares de mamíferos marinhos desde que se espalhou pela América do Sul, de acordo com o Comitê Científico de Investigação Antártica. As populações de aves marinhas estão sofrendo “declínios generalizados e extensos”, de acordo com uma avaliação de impacto recente. 

A doença também atingiu duramente as fazendas europeias, o que levou as autoridades francesas a elevarem o nível de risco para o “máximo” em dezembro. Na República Tcheca, as autoridades relataram em fevereiro que haviam abatido 140.000 aves, só em 2024. 

França vacina patos 

Mais de 26 milhões de patos de criação receberam uma primeira injeção de vacina contra a gripe aviária, anunciou nesta terça-feira (2) o Ministério francês da Agricultura, numa campanha sem precedentes na Europa. A vacinação começou no dia 1º de outubro para evitar um novo surto de gripe aviária, sinônimo de massacres em massa. 

Seis meses depois, “mais de 26 milhões de patos receberam uma primeira dose da vacina e mais de 21 milhões uma segunda dose” em linha com os objetivos traçados, segundo um comunicado de imprensa que destaca uma “primeira avaliação muito positiva” da campanha. 

No total, 64 milhões de patos deverão ser vacinados na França até 30 de setembro. 

“A organização entre fornecedores de vacinas, veterinários, organizações agrícolas profissionais e criadores é um sucesso”, saúda o ministério da Agricultura francês. “Apenas 10 surtos foram detectados desde o outono de 2023, em comparação com 315 no mesmo período do ano passado”, destaca a mesma fonte. 

Em 16 de março, o nível de risco “alto” foi reduzido para “moderado” na França. O país tem sido regularmente atingido pelo vírus da gripe aviária desde 2015, provocando perdas econômicas para os produtores. Desde 2021, a França abateu mais de 30 milhões de aves por razões sanitárias.  

(Com AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.