Senado dos EUA valida acordo e volta a evitar ‘shutdown’ na última hora
Os senadores americanos validaram na noite de sexta-feira (8) um acordo sobre o orçamento, evitando assim a paralisia parcial da administração federal e permitindo dar um passo para a finalização do orçamento para o ano de 2024, após meses de divisões. O pacote de US$ 467,5 bilhões foi aprovado por democratas e republicanos, apesar do desacordo entre muitos conservadores sobre certas despesas.
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Este sinal verde, que inclui metade das 12 leis a serem adotadas para o ano de 2024, permite que todo um conjunto de agências e ministérios continuem a funcionar, como a Agricultura, o Comércio, a Justiça, a Ciência, o Meio Ambiente, a Habitação e os Transportes, até o final do ano contábil, em 30 de setembro.
Sem este acordo de última hora, estas pastas ficariam paralisadas, o que os Estados Unidos chamam de “shutdown”.
O líder democrata do Senado, Chuck Schumer, saudou um “grande passo” para a aprovação de um orçamento completo para o ano. “Para aqueles que temem que a governança dividida signifique que nada é feito, este pacote bipartidário diz o contrário: ajuda pais, veteranos, bombeiros, agricultores, merenda escolar e muito mais”, declarou.
Influência de Trump
O projeto de lei já havia sido adotado na quarta-feira (6) pela Câmara dos Representantes, o passo mais crítico, porque autoridades políticas da ala mais à direita dos republicanos, próximas a Donald Trump, haviam conseguido bloquear o processo até agora.
Os conservadores consideraram certos gastos excessivos, a exemplo do US$ 1 milhão para um centro de justiça ambiental em Nova York, US$ 4 milhões para um passeio à beira-mar em Nova Jersey e US$ 3,5 milhões para um desfile de Ação de Graças em Michigan.
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“Os contribuintes americanos não deveriam ser usados como cofrinho político”, declarou o senador republicano da Flórida Rick Scott.
O pacote também inclui reduções orçamentárias de até 10% para certas agências federais que estão na mira dos republicanos, como o FBI ou a Agência de Proteção Ambiental (EPA).
O orçamento “impõe cortes profundos” a estas agências, “que, sob a administração Biden, ameaçaram nossas liberdades e nossa economia”, declarou o presidente republicano da Câmara dos Representantes, Mike Johnson.
Novo pacote ainda em março
A outra metade do orçamento, que inclui temas sensíveis, como o exército ou a segurança das fronteiras, foi adiada em um segundo pacote que deverá chegar à mesa do presidente Joe Biden até 22 de março.
Até agora, a paralisia orçamentária foi evitada, mas sempre no último minuto. Para compensar a falta de acordo sobre um orçamento anual, o Congresso teve de operar por meio de uma série de mini-leis para prolongar o orçamento por alguns dias, semanas ou meses.
(Com informações da AFP)
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