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Em tom de campanha, Joe Biden promete restaurar direito ao aborto e garantir ajuda à Gaza

Na noite desta quinta-feira (7), o presidente americano Joe Biden realizou o tradicional discurso sobre o Estado da União no Congresso.

Em tom de campanha, Joe Biden promete restaurar direito ao aborto e garantir ajuda à Gaza
Em tom de campanha, Joe Biden promete restaurar direito ao aborto e garantir ajuda à Gaza REUTERS - Evelyn Hockstein
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Luciana Rosa, correspondente da RFI em de Nova York

No recinto estavam deputados, senadores, juízes da Corte Suprema e também alguns convidados especiais. Entre eles, Kate Cox, que teve a interrupção de uma gravidez de risco negada pela justiça do Texas, e Latorya Beasley, cujo tratamento de fertilização foi interrompido enquanto a justiça do Alabama deliberava sobre a legalidade do procedimento.

Em tom energético, Joe Biden tocou vários dos temas que prometem ser chave nesta corrida eleitoral, como o direito ao aborto, imigração, economia, a invasão russa à Ucrânia e o conflito em Gaza.

Construção de um porto para levar ajuda à Gaza

Biden deixou claro a intenção de facilitar a chegada de mais ajuda humanitária a Gaza e prometeu a construção de um porto temporário que permitiria a entrada de mais alimentos, água e medicamentos à área.

Minutos antes, manifestantes pedindo o cessar-fogo tentaram bloquear a avenida que liga a Casa Branca ao Congresso com a intenção de atrasar o discurso do presidente.

"Israel tem o direito de perseguir o Hamas…Israel também tem a responsabilidade fundamental, então, de proteger civis inocentes em Gaza", pontuou.

Aborto

Com a intenção de se posicionar como o candidato defensor do direito ao aborto, Biden prometeu restaurar a prerrogativa legal Roe vs. Wade e transformá-la em lei, caso tenha o apoio do Congresso.

Em um recinto repleto de mulheres, as legisladoras democratas, vestidas de branco como símbolo do direito do voto feminino, Biden confrontou os membros da Suprema Corte.

"E com todo o respeito aos magistrados", disse fazendo uma alusão à decisão da corte sobre o aborto, "as mulheres não estão sem poder eleitoral ou político, e vocês estão prestes a perceber o quanto estão errados sobre isso”, completou.

Imigração

Sobre a principal preocupação do eleitor americano hoje, a imigração, Biden disse que não irá diminuir nenhum imigrante, como fez Donald Trump, dizendo que eles envenenam o sangue da nação.

O presidente admitiu que há uma crise na fronteira, e voltou a pedir aos legisladores republicanos que aprovem o projeto de reforma da lei migratória. "Façamos a lei!", clamou!

Interrompido pela deputada ultraconservadora, Marjorie Taylor Greene, que levantou a questão de uma jovem estudante de enfermaria assassinada no Campus da Universidade da Geórgia por um homem que está ilegalmente no país, Biden rebateu dizendo que muitos outros assassinatos estão sendo cometidos por cidadãos americanos.

Economía

Biden destacou a criação recorde de postos de trabalho no país, dizendo que foram criados 15  milhões de empregos nos seus primeiros três anos de mandato.

O presidente festejou o aumento da confiança do consumidor e a queda da inflação. Ele pediu ainda que os eleitores “lembrassem” a situação do país em 2020  e comparassem com onde o país está agora. “Herdei uma economia que estava à beira do precipício”, disse ele. “Agora a nossa economia é a inveja do mundo.”

Além de advogar pela taxação das grandes fortunas, Biden destacou a importância dos sindicatos. "Esse país foi construído pela classe média, e foram os sindicatos que construíram a classe média desse país", disse diante do presidente do sindicato dos trabalhadores da indústria automotiva, Shawn Fain, que estava entre os convidados especiais da noite.

Presença inusitada

Quem não foi convidado e tampouco faz parte do Congresso, desde que foi expulso em dezembro passado, é o republicano, de origem brasileira, George Santos.

Ele, que virou uma espécie de celebridade republicana, esteve entre o público da cerimônia desta quinta e também marcou presença no discurso da vitória de Donald Trump nas prévias de New Hampshire.

Isso é possível porque todos aqueles que um dia formaram parte das câmaras, estão habilitados a participar do ato.

Em anúncio inesperado, Santos disse que pretende se candidatar ao Congresso novamente.

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