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Na Argentina, chanceler francês defende "cooperação" com América Latina independente de acordo UE-Mercosul

O ministro de Relações Exteriores francês, Stéphane Séjourné, reuniu-se segunda-feira (20), em Buenos Aires, com o presidente argentino, Javier Milei. Ele defendeu o potencial para um “diálogo construtivo” e “cooperação” com a América Latina, independentemente de um acordo comercial entre a UE e o Mercosul, ao qual Paris se opõe. Depois da Argentina, Séjourné vai ao Brasil na quarta-feira (21).

O ministro das Relações Exteriores da França, Stéphane Séjourné, à direita, e a ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, dão uma coletiva de imprensa conjunta em Buenos Aires, segunda-feira, fevereiro. 19, 2024.
O ministro das Relações Exteriores da França, Stéphane Séjourné, à direita, e a ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, dão uma coletiva de imprensa conjunta em Buenos Aires, segunda-feira, fevereiro. 19, 2024. AP - VICTOR R. CAIVANO
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Para sua primeira viagem à América Latina, o chanceler francês foi recebido pelo presidente ultraliberal, na presença de sua chefe de diplomacia Diana Mondino, por cerca de uma hora, na Casa Rosada, de acordo com uma fonte diplomática.

 A Ucrânia, o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, ainda em negociação, foram mencionados na reunião, tendo o ministro insistido que a ausência de um acordo comercial "não fecha a porta" em termos de trocas e cooperação, segundo a mesma fonte.

“A França se opõe à assinatura do acordo tal como está, porque já não responde às exigências do nosso tempo”, repetiu Séjourné à imprensa, após outra reunião, desta vez com Mondino.

"As expectativas de nossos cidadãos (...) em termos de clima, meio ambiente e saúde são legítimas e justas, e devemos trabalhar para satisfazê-las e estar a altura das ambições que estabelecemos com os países do Mercosul”, afirmou.

A França reiterou, em janeiro, sua oposição à assinatura do acordo atualmente em negociação, visando acalmar os protestos dos agricultores franceses que rejeitam o texto.

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"DNA democrático"

Mas, além do acordo, “a nossa cooperação com os países do Mercosul é também política (…) porque compartilham um DNA comum com a UE que é a democracia”, e estão “solida e duradouramente ancorados ao lado das democracias liberais”, insistiu. 

“Encontraremos outros elementos de discussão, temos trabalho bilateral tanto de cooperação como de investimentos”, afirmou em referência à Argentina, dizendo estar confiante num “caminho de passagem para um diálogo construtivo fora deste acordo”.

Mondino, por sua vez, disse que “não sabe se será possível” chegar a um “acordo Mercosul-UE ideal que satisfaça todas as partes”. “Talvez no final tenhamos que dividi-lo em várias partes pequenas”, disse ela.

Na Argentina, onde Séjourné viveu alguns anos, o ministro francês também se reuniu com os ministros da Segurança, da Defesa e da Economia na terça-feira.

Em seguida, ele viaja para o Brasil na quarta-feira e fica até quinta-feira (22), onde participará de uma reunião com chanceleres dos países do G20, no Rio de Janeiro.

Sua viagem à América Latina ocorre poucas semanas antes da visita planejada do presidente francês Emmanuel Macron ao Brasil, no final de março.

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