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EUA restituem ao Camboja obras de arte Khmer roubadas que estavam no Metropolitan Museum de Nova York

A justiça americana anunciou sexta-feira (15) a restituição ao Camboja de 13 obras de arte Khmer roubadas nas proximidades dos famosos templos de Angkor. As peças foram alvo de tráfico internacional até passarem a fazer parte do acervo do prestigioso Metropolitan Museum of Art (The Met) de Nova York, que as devolveu “voluntariamente”.

Algumas antiguidades Cambojanas recuperadas pela promotoria federal em Nova York, dispostas no gabinete do procurador durante uma coletiva com a imprensa, em 8 de agosto de 2022.
Algumas antiguidades Cambojanas recuperadas pela promotoria federal em Nova York, dispostas no gabinete do procurador durante uma coletiva com a imprensa, em 8 de agosto de 2022. AP - Seth Wenig
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O procurador federal de Manhattan, Damian Williams, chefe do gabinete do procurador mais importante dos Estados Unidos, tornou pública num comunicado esta restituição de estátuas e esculturas da antiga capital Khmer, Koh Ker, a 80 km de Angkor, incluindo uma representação de uma deusa do século 10 e uma cabeça de Buda do século 7.

Williams especificou que o Met – um dos maiores museus do planeta – “concordou voluntariamente em devolver as antiguidades” e que “o processo de restituição estava em curso”.

A Justiça americana em Nova York já havia devolvido 30 obras Khmer a Phnom Penh, em agosto de 2022.

Da mesma forma, “todas as peças hoje devolvidas estavam diretamente ligadas ao tráfico ilegal e, em particular, a um homem chamado Douglas Latchford (falecido em 2020), um colecionador de arte e negociante indiciado (em Nova York) em 2019 por dirigir uma vasta rede de tráfico de antiguidades do sudeste da Ásia.

Todas estas obras e milhares de outras foram saqueadas no final do século 20, durante as guerras no Camboja na década de 1970, seguidas pela reabertura do país na década de 1990.

Tráfico internacional

Segundo a Justiça americana, milhares de estátuas, esculturas e lintéis Khmer foram traficados internacionalmente durante décadas, do Camboja para antiquários em Bangkok, na Tailândia, antes de serem exportados ilegalmente para colecionadores, empresários e museus na Ásia, Europa e Estados Unidos.

Entre eles, o britânico Douglas Latchford, foi acusado em 2019 em Nova York de tráfico de obras de arte, mas sua morte pôs fim à ação judicial.

No estado de Nova York, o gabinete do procurador local em Manhattan tem liderado uma grande campanha de restituição destas peças desde 2017. Nos últimos dois anos, mais de 1.000 itens no valor de U$ 225 milhões (R$ 1,1 milhão) foram devolvidos a mais de 20 países, incluindo Camboja, China, Índia, Paquistão, Egito, Iraque, Grécia, Turquia e Itália.

Nova York é um centro de tráfico e várias antiguidades foram apreendidas desde 2021-22 de museus, como o Met, e de ricos colecionadores privados em Manhattan.

O Met prometeu em maio devolver mais obras que possui ilegalmente.

(Com informações da AFP)

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