Marco Rubio e Scott Walker se saem melhor no debate entre os republicanos

Começou a corrida nos Estados Unidos para a sucessão do presidente Barack Obama. As eleições acontecem apenas no segundo semestre de 2016, mas a oposição, o Partido Republicano, já começou a fazer os debates para escolher seu candidato. Dos 17 nomes, 10 participaram do debate principal na noite desta quinta-feira (6).

Donald Trump cercado por Scott Walker e Jeb Bush (à direita). REUTERS/Brian Snyder

Cleide Klock, correspondente da RFI Brasil em Los Angeles.

O primeiro debate já deu uma ideia de que as primárias serão cheias de emoções e acusações, e que é preciso ser forte para sobreviver mesmo entre os correligionários.

O bilionário Donald Trump – líder nas pesquisas de opinião – foi o responsável por boa parte do “show”. Falou o que queria, ria cinicamente, recebeu vaias e acusações. Já começou causando polêmica. Nos primeiros minutos, disse que não poderia garantir que irá apoiar o escolhido pelo partido, caso ele próprio não vença as primárias.

Logo depois entrou numa discussão com uma das jornalistas moderadoras do debate que o indagou sobre ofensas feitas por ele dirigidas às mulheres, nas redes sociais. "Não tenho tempo para ser politicamente correto" disse ele e, na sequência, repetiu uma declaração que já havia feito anteriormente: que os mexicanos são estupradores e criminosos e que o governo do México é mais esperto que o americano e manda essas pessoas para cá.

Família Bush

Jeb Bush, segundo colocado, como sempre foi indagado sobre as ações dos familiares Bush que foram presidentes. Sobre as guerras no Iraque disse que "hoje soubemos que foram um erro" e que ele não entraria nessas guerras. Jeb teve que explicar também sua troca de opinião sobre questões migratórias.

O combate ao terrorismo, o aborto, o casamento gay, o acordo nuclear com o Iran e a presença de transexuais no exército também fizeram parte do debate.

Os candidatos Marco Rubio, senador da Flórida, e o governador de Wisconsin, Scott Walker, da ala mais conservadora do partido, foram classificados pelos críticos como os que tiveram melhor desempenho nessa largada, principalmente porque não cometeram grandes erros ou foram expostos a contradições. Assim com John Kasich, de Ohio, que pouco falou e, talvez por isso, se deu bem.