Chanceler paraguaio diz que Brasil e Argentina recusam diálogo
O Paraguai está tentando dialogar com o Brasil e Argentina, vizinhos e integrantes de maior peso no Mercosul. Mas o chefe da diplomacia paraguaia, José Féliz Fernandez Estigarribia, diz que os chanceleres Antonio Patriota, do Brasil, e Héctor Timerman, da Argentina, não o atendem quando ele tenta um contato telefônico.
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A declaração foi feita nesta sexta-feira pelo ministro paraguaio à rádio Cardinal, de Assunção. No último dia 22 de junho, o Congresso paraguaio destituiu Fernando Lugo da presidência através de um julgamento de impeachment sumário. Esse evento gerou críticas dos vizinhos e levou à suspensão temporária do Paraguai do Mercosul, até que novas eleições sejam realizadas.
Além disso, a Argentina retirou seu embaixador de Assunção, o Brasil chamou o seu representante para consultas e Patriota se disse a favor de uma sanção contra o Paraguai.
Na entrevista à rádio local, Fernandez Estigarriba assegurou que não há outros problemas diplomáticos pendentes. As hidrelétricas de Itaipú, que o Paraguai compartilha com o Brasil, e a de Yaciretá, construída com a Argentina, funcionam normalmente. “Os problemas da democracia se resolvem com mais democracia”, disse o representante paraguaio.
O chanceler paraguaio disse que Assunção aguarda parecer da Organização dos Estados Americanos (OEA), para depois iniciar diálogos com a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e o Mercosul. O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, propôs aos 34 integrantes da OEA uma missão para monitorar a situação no país. A organização se reúne em breve para debater a proposta.
Lugo foi derrubado após um conflito de terras que levou 17 pessoas à morte.
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