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Conflito Israel-Hamas: negociações para trégua estagnam, enquanto situação em Gaza é crítica

As negociações para obter um acordo sobre uma trégua entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza chegaram a um impasse nesta quarta-feira (6). Reunidos no Cairo, Estados Unidos, Catar e Egito esperam chegar a um entendimento antes do Ramadã sobre o território devastado e sitiado, onde os bombardeios israelenses deixaram 86 mortos nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde do movimento islâmico palestino.

Uma menina palestina carrega outra criança entre destroços de casas destruídas por bombardeios israelenses na cidade de Gaza, em 3 de março de 2024.
Uma menina palestina carrega outra criança entre destroços de casas destruídas por bombardeios israelenses na cidade de Gaza, em 3 de março de 2024. AFP - -
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Desencadeadas pelo ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro, as operações de retaliação do Exército israelense mergulharam a Faixa de Gaza em uma crise humanitária catastrófica: 2,2 dos 2,4 milhões de habitantes estão ameaçados de fome e 1,7 milhão de pessoas foram forçadas a fugir de suas casas, segundo a ONU. 

Na quinta-feira (7) a guerra entra em seu sexto mês. Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, exigem cada vez mais uma trégua antes do Ramadã, o mês sagrado do jejum muçulmano, que começa na próxima semana.

“Está nas mãos do Hamas”, disse na terça-feira (5) o presidente dos EUA, Joe Biden, que, ao mesmo tempo, fez um apelo a Israel, que controla a entrada de ajuda humanitária em Gaza, para permitir a passagem de “mais ajuda”.

O Hamas, cuja delegação está no Cairo, acusou Israel de “evitar os requisitos” de um acordo e garantiu “ter demonstrado a flexibilidade necessária”.

Uma trégua estaria associada à libertação dos reféns raptados durante o ataque de 7 de outubro e ainda detidos em Gaza, em troca de palestinos presos por Israel, e à entrada de mais ajuda em Gaza.

As discussões iniciadas domingo no Cairo, nas quais Israel não participa, são “difíceis”, segundo o canal AlQahera News, próximo da inteligência egípcia.   

Menina morta por desnutrição  

O Hamas exige, antes de qualquer acordo, um cessar-fogo definitivo, a retirada das tropas israelenses e a volta dos deslocados às suas casas.

Israel rejeita estas condições e garante que sua ofensiva continuará até a eliminação do Hamas, considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

De acordo a mídia, Israel exige que o Hamas forneça uma lista precisa de reféns. Mas um líder político do movimento, Bassem Naïm, disse à AFP que o Hamas não sabia “quem está vivo ou morto” entre eles.

Na quarta-feira, dezenas de ataques israelenses atingiram novamente Khan Younes, no sul, a cidade de Gaza, no norte, e Deir el-Balah, no centro do território palestino, segundo as autoridades do Hamas.

A ajuda internacional chega a Gaza aos poucos. O Programa Alimentar Mundial alertou que a fome atinge “níveis catastróficos” no norte do pequeno território de difícil acesso devido à destruição, os combates e os saques.

Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, uma menina de 15 anos “morreu de desnutrição” nesta região, o que, segundo ele, eleva para 18 o número de pessoas que morreram de desnutrição e desidratação.     

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Ajuda vinda do céu

Em uma tentativa de aliviar a população, aviões de transporte jordanianos, americanos, franceses e egípcios lançaram ajuda de aviões na aérea no norte da Faixa de Gaza.

“Os lançamentos aéreos não evitarão a fome”, disse Carl Skau, vice-diretor executivo do PAM. “Precisamos de pontos de entrada no norte de Gaza para fornecer alimentos suficientes para meio milhão de pessoas que deles necessitam desesperadamente.”

"A farinha (fornecida pela ONU) não é suficiente. Temos crianças que precisam de leite. Elas não conseguem ficar de pé", diz Mohammad Abou Audeh, um deslocado de Gaza, do lado de fora de um escritório da ONU na cidade de Rafah, onde os palestinos esperam para receber seus sacos de farinha.

Segundo a ONU, perto de 1,5 milhão de palestinos, a maioria deles deslocados, estão concentrados em Rafah. 

(Com AFP)

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