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Israel concorda em ouvir EUA antes de possível ataque a Rafah; Hamas responde nesta segunda sobre cessar-fogo

Israel concordou em levar em conta as preocupações e propostas dos Estados Unidos antes de lançar um possível ataque terrestre à cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, na fronteira com o Egito. Foi o que disse neste domingo (28) o porta-voz da Casa Branca para Segurança Nacional, John Kirby. Nesta segunda-feira (29), uma delegação do Hamas viajará ao Cairo para continuar as discussões sobre um cessar-fogo e um plano de libertação de reféns.

Vista do campo de deslocados palestinos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, perto da fronteira com o Egito, 28 de abril de 2024.
Vista do campo de deslocados palestinos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, perto da fronteira com o Egito, 28 de abril de 2024. AFP - -
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O presidente dos EUA, Joe Biden, deve conversar ainda neste domingo com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, afirmou uma autoridade dos EUA, confirmando informações relatadas pelo site Axios.

O Exército israelense se prepara para evacuar civis palestinos de Rafah e para combater os integrantes do Hamas que ainda se refugiam no local, informou na quarta-feira um alto funcionário da defesa israelense. A operação é planejada apesar dos avisos da comunidade internacional sobre uma possível catástrofe humanitária.

Rafah, uma zona fronteiriça com o vizinho Egito, abriga atualmente cerca de um milhão de civis palestinos. Washington disse que não poderia apoiar uma operação em Rafah sem um plano humanitário adequado e credível. "Eles nos garantiram que não irão a Rafah antes de termos tido a oportunidade de expor o nosso ponto de vista e as nossas preocupações", disse John Kirby, ao canal de televisão americano ABC.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, deverá visitar a região na próxima semana. John Kirby disse que ele continuaria a pressionar por um cessar-fogo temporário, que Washington espera que seja de pelo menos seis semanas. "Esperamos que depois de seis semanas de cessar-fogo temporário, possamos ser capazes de implementar algo mais sustentável", disse John Kirby, que ainda destacou um aumento no número de caminhões de ajuda no norte de Gaza.

Rafah, Faixa de Gaza, 30 de Março de 2024.
Rafah, Faixa de Gaza, 30 de Março de 2024. AFP - MOHAMMED ABED

"Os israelenses começaram a respeitar os compromissos com o presidente (americano) Joe Biden”. No início deste mês, Biden pediu ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para proteger os civis palestinos e trabalhadores humanitários estrangeiros em Gaza, caso contrário Washington poderia reduzir o seu apoio a Israel na guerra contra o Hamas.

A Casa Branca também apelou no domingo para que as manifestações de apoio aos palestinos, que se multiplicaram nos últimos dias nas universidades norte-americanas, permaneçam “pacíficas”. Só durante este fim de semana, 275 pessoas foram detidas em encontros desse tipo.

“Obviamente respeitamos o direito ao protesto pacífico”, disse John Kirby à rede ABC. “Mas condenamos totalmente as observações antissemitas que ouvimos nos últimos dias e (...) todos os discursos de ódio e ameaças de violência que circulam”, acrescentou.

Negociações

Uma delegação do Hamas viajará ao Cairo nesta segunda-feira para dar a sua resposta à recente contraproposta israelense de trégua nos combates na Faixa de Gaza e de libertação dos reféns, afirmou no domingo à AFP um alto responsável do movimento palestino.

A delegação, "liderada por Khalil al-Hayya", membro do braço político do Hamas, irá se "encontrar com o diretor e responsável ​​do serviço de inteligência egípcio para discutir e apresentar a resposta do movimento" palestino, especificou este alto funcionário, sob condição de anonimato.

O Hamas indicou ter recebido, no sábado, uma “contraproposta” feita por Israel como parte da mediação do Catar e do Egito. A delegação deverá discutir, também, uma “nova proposta egípcia”, acrescentou o alto responsável do movimento palestino.

Outra fonte próxima das negociações junto ao Hamas disse à AFP que o movimento está “pronto para discutir de forma positiva a nova proposta egípcia”, que inclui “avanços”.

O Hamas “deseja chegar a um acordo que garanta um cessar-fogo permanente, o retorno voluntário” dos deslocados, “um acordo aceitável para uma troca” de prisioneiros palestinos por reféns israelenses e “o fim do cerco” à Faixa de Gaza, disse esta fonte.

(Com AFP)

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