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No Egito, Lula cobra cessar-fogo em Gaza e pede apoio a países árabes por mudanças na ONU

O segundo e último dia da visita do presidente brasileiro ao Egito terminou com um discurso, nesta quinta-feira (15), na sede da Liga Árabe, no Cairo. O presidente voltou a ocupar a tribuna esta tarde, onde também discursou em 2003, quando fez sua primeira visita oficial ao Egito. Além de ressaltar a importância do Brasil estar mais próximo dos 22 países que fazem parte da organização, Lula cobrou um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. 

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o Secretário-Geral da Liga Árábe, Ahmed Aboul Gheit. No Cairo, em 15 de fevereiro de 2024.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o Secretário-Geral da Liga Árábe, Ahmed Aboul Gheit. No Cairo, em 15 de fevereiro de 2024. © Ricardo Stuckert
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Vinícius de Assis, do Cairo para a RFI

Foi o segundo e último compromisso oficial do presidente brasileiro nesta quinta-feira. Nos dois momentos em que discursou, ele criticou o ataque do Hamas, em 7 de outubro, mas também condenou a resposta “desproporcional e indiscriminada israelense”, que classificou de “inaceitável”.

Ainda na sede da Liga Árabe, Lula afirmou que o Brasil fará um novo aporte de recursos para a UNWRA, alvo de boicote de alguns países doadores recentemente depois de denúncias contra a agência da ONU para assistência aos palestinos. O presidente brasileiro ainda convidou outras nações a manter e reforçar suas contribuições.

Além de representantes de países árabes, cerca de 10 embaixadores latino-americanos foram convidados para o evento e ouviram o discurso de Lula. Porém, a Liga Árabe não convidou o embaixador argentino no Cairo, Gonzalo Uriolabeitia. Entre os diplomatas e embaixadores estrangeiros na capital egípcia isso soou como uma clara consequência à postura do novo presidente argentino de apoiar Israel. 

Críticas ao papel da ONU

O dia de Lula começou com uma visita ao presidente egípcio, Abdel Fattah Al-Sisi. Os dois se reuniram a portas fechadas e depois cada um fez um pronunciamento diante de jornalistas e autoridades locais no Palácio Presidencial, onde almoçaram.

“Não encontro explicação porque a ONU não tem força suficiente para evitar que essas guerras aconteçam”, disse ao criticar o conflito entre Israel e Hamas, além de outros, como a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Lula pediu a Sisi ajuda para que haja uma pressão de diferentes países pela reforma do Conselho de Segurança da ONU e reforçou ainda que organismos internacionais precisam ter mais membros africanos e latino-americanos, mensagem que também deixou na Liga Árabe. “Acho que é um pedido geral para que determinados organismos sejam mais equitativos e representativos no mundo de hoje”, concordou Manuel Javier Rubido Diaz, embaixador de Cuba no Cairo. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao lado de seu homólogo egípcio, Abdel Fattah Al-Sisi. No Cairo, em 15 de fevereiro de 2024.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao lado de seu homólogo egípcio, Abdel Fattah Al-Sisi. No Cairo, em 15 de fevereiro de 2024. via REUTERS - HANDOUT

Antes de ler o discurso, Lula falou de improviso no Palácio Presidencial. Agradeceu ao presidente Sisi pelo empenho egípcio na repatriação de brasileiros que estavam em Gaza. Mais de 100 pessoas que estavam na zona sitiada conseguiram sair pela fronteira com o Egito.

Os dois presidentes ressaltaram que o Brasil e o Egito celebram 100 anos de relações diplomáticas e as parcerias precisam aumentar, em vários setores. Na ocasião, foram assinados dois acordos: um sobre exportação de carne brasileira e outro para ampliar cooperação nas áreas de Ciência e Tecnologia. 

Lula embarca esta noite para a Etiópia, onde participará da cúpula da União africana e terá uma série de reuniões bilaterais. 

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