Muhammad Yunus, ganhador do Nobel da Paz, é condenado a seis meses de prisão em Bangladesh
O vencedor do Prêmio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, acaba de ser condenado a seis meses de prisão por violar regras da legislação trabalhista em Bangladesh. O economista, conhecido por ter implantado soluções de microcrédito no país, nega as acusações.
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Sébastien Farcis, correspondente da RFI na região
Muhammad Yunus foi considerado culpado de não contratar 67 funcionários permanentes da empresa que dirige, a Grameen Telecom, e de omitir vários benefícios sociais para seus funcionários. Ele vem enfrentando diversas acusações há mais de dez anos, o que é visto por muitos como perseguição política, já que o economista não poupa críticas ao governo.
Yunus foi condenado a seis meses de prisão, juntamente com três diretores da empresa, mas todos conseguiram obter fiança e recorrer. Essa é apenas uma das centenas de acusações feitas pelas autoridades locais contra o renomado economista: os problemas começaram depois que ele cogitou entrar para a política, em 2007, e criticou abertamente o governo.
Assédio político
Desde então, Muhammad Yunus foi processado por difamação, corrupção e fraude, e também foi afastado pela Suprema Corte, em 2011, da administração de seu banco de microfinanças, o Grameen Bank. Mais de cem ganhadores do Prêmio Nobel escreveram recentemente para a primeira-ministra Sheikh Hasina pedindo que ela pusesse fim a esse assédio político, mas sem sucesso.
Ela deve ser reeleita no domingo, 7 de janeiro, para um quarto mandato consecutivo à frente de Bangladesh, depois que o principal partido de oposição, encurralado pela prisão de seus líderes, decidiu boicotar as eleições legislativas.
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