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Líderes do Brics decidem quais serão os próximos membros do bloco de emergentes

Os líderes dos cinco países que compõem o bloco, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, decidiram ampliar o Brics para novos participantes, entre os quais Irã, Argentina, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Egito despontam como candidatos bem posicionados. A decisão da expansão foi tomada durante um longo encontro fechado entre os chefes de Estado e de Governo dos membros, na 15ª cúpula do grupo em Joanesburgo, na África do Sul.

Presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, China, Xi Jinping e África do Sul, Cyril Ramaphosa, primeirpo-ministro da Índia, Narendra Modi, e chanceler Sergey Lavrov participam do segundo dia da 15ª cúpula do grupo em Joanesburgo, na África do Sul. (23/08/2023)
Presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, China, Xi Jinping e África do Sul, Cyril Ramaphosa, primeirpo-ministro da Índia, Narendra Modi, e chanceler Sergey Lavrov participam do segundo dia da 15ª cúpula do grupo em Joanesburgo, na África do Sul. (23/08/2023) ©
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Lúcia Müzell, enviada especial da RFI a Joanesburgo

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, vai conceder uma coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (23) e poderá anunciar a decisão. Na noite desta terça-feira (22), Ramaphosa recebeu os líderes para uma reunião seguida de um jantar – à exceção do russo Vladimir Putin, que participou por videoconferência e foi representado presencialmente pelo chanceler Sergey Lavrov.

Conforme informações dos bastidores da delegação brasileira, eles chegaram a um acordo sobre a entrada de novos integrantes, o tema mais delicado que discutido na cúpula.

Nesta terça, em entrevista à RFI, o assessor Especial da Presidência Celso Amorim havia antecipado que primeiro seriam definidos quais serão os novos países integrantes, e depois os critérios que condicionarão o ingresso. Esses detalhes serão afinados nesta quarta e quinta-feira (24), quando acaba o evento.

“Evidentemente, não podemos ter todo mundo, afinal o Brics se tornou muito popular, então será preciso termos alguns critérios. Mas, de qualquer forma, nós apoiaremos o consenso que será formado aqui”, disse Amorim, antes do jantar entre Ramaphosa, Luiz Inácio Lula da Silva, Narendra Modi, Xi Jinping e Lavrov.

“Não há oposição [dentro dos Brics]. Primeiro, é preciso que o país peça [a entrada] e esteja interessado. Normalmente, nessas coisas, o que aprendi é que primeiro a gente escolhe os nomes, depois os critérios”, explicou o assessor especial da Presidência.

Decisão sobre os nomes

A postura representa uma mudança dentro da posição assumida pelo Brasil no começo do evento: o próprio presidente Lula havia defendido, mais cedo, que seria desejável esclarecer os critérios de ingresso antes da definição dos convidados.  “Se não tiver um grau de compromisso, para os países que entram no Brics, isso aqui vira uma torre de Babel”, afirmou o presidente brasileiro.

Na sessão plenária de abertura da 15ª Cúpula do Brics, nesta manhã, Ramaphosa ressaltou diversas vezes a importância de reforçar o bloco “para fazer face aos desafios atuais”. “Tem mais de 20 interessados em ingressar e nós deveremos decidir”, disse, em seu primeiro discurso.

O presidente sul-africano também agradeceu ao primeiro-ministro indiano por “apoiar” a adesão de novos sócios – a Índia manifestava restrições à ideia.

Conselho de Segurança?

Ao discursar, Lula deu destaque à guerra na Ucrânia, a reforma das organizações multilaterais e as negociações sobre as mudanças climáticas. “O mundo precisa compreender que os riscos envolvidos são inaceitáveis para a humanidade. Todos sofrem as consequências da guerra”, ressaltou. “A guerra da Ucrânia evidencia as limitações do Conselho de Segurança da ONU”, frisou o presidente.

A diplomacia brasileira tem batalhado para que, em troca do apoio à abertura do Brics para novos membros, China e Rússia apoiem a antiga reivindicação do Brasil de uma reforma do Conselho de Segurança, que possa viabilizar a entrada de Brasília como membro pleno do órgão.

No contexto da cúpula do Brics, a demanda se tornou conjunta: Pretoria e Nova Délhi também querem uma cadeira definitiva na instância das Nações Unidas.

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