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Generais que disputam poder no Sudão concordam com nova trégua em meio a intensificação dos combates

Os dois generais que disputam o poder no Sudão concordaram com uma nova trégua de 72 horas, a partir deste domingo (18), informaram os mediadores sauditas e americanos. Os combates, que começaram em abril, opõem o chefe do Exército, general Fattah al-Burhan, e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR), comandadas pelo general Mohamed Hamdan Daglo.

Cerca de 25 milhões dos 45 milhões de habitantes do Sudão atualmente dependem da ajuda humanitária para sobreviver.
Cerca de 25 milhões dos 45 milhões de habitantes do Sudão atualmente dependem da ajuda humanitária para sobreviver. AP
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"O reino da Arábia Saudita e os Estados Unidos anunciam o acordo dos representantes das Forças Armadas sudanesas e das Forças de Apoio Rápido (FAR) para um cessar-fogo no Sudão por um período de 72 horas a partir de domingo", informou, em nota, o Ministério saudita de Relações Exteriores.

A trégua entrou em vigor às 06h locais (01h de Brasília), acrescentou o comunicado. As anteriores foram quase sempre violadas.

O anúncio de cessar-fogo ocorre após uma intensificação dos confrontos em Cartum, capital do país, onde 17 civis morreram, incluindo cinco crianças, segundo uma organização civil.

Os intensos combates também aceleraram o êxodo na região de Darfur (oeste), uma das mais afetadas pelo conflito, onde médicos reportaram que centenas de feridos foram levados para o Chade, país vizinho, para receber tratamento.

Distribuição de ajuda   

Ao anunciar a nova trégua, os mediadores disseram que "as duas partes concordaram em que, durante o período de cessar-fogo, se absteriam de realizar deslocamentos e ataques, usar aviões de guerra ou drones, e reabastecer suas forças".

"Também concordaram em permitir liberdade de movimentação e entrega de ajuda humanitária em todo o Sudão", acrescentaram.

Nos últimos dois dias Cartum tem vivido uma intensificação dos bombardeios aéreos, com resultados letais, informou o comitê de resistência local, uma célula militante que organiza a ajuda à população da cidade.

General Fattah al-Burhan, no centro da imagem,
General Fattah al-Burhan, no centro da imagem, via REUTERS - SUDANESE ARMED FORCES

As FAR, que acusam o Exército de concentrar seus bombardeios em áreas residenciais, afirmaram ter derrubado um avião de combate das forças regulares.

Vários bairros de Cartum estão sem água potável e a rede elétrica funciona apenas algumas horas por semana.

Refém da violência

A situação é igualmente preocupante em Darfur, "refém da violência", alertou a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Os relatos de ataques em massa contra civis se multiplicam nessa região, de onde cerca de 149 mil pessoas fugiram para o Chade desde o início dos combates em 15 de abril, segundo dados da ONU.

Darfur, que foi devastada por uma guerra civil no começo dos anos 2000, se encaminha para um novo "desastre humanitário", alertou esta semana o secretário-geral adjunto de assuntos humanitários da ONU, Martin Griffiths.

Cerca de duas mil pessoas morreram no Sudão devido ao conflito, segundo a ONG Acled.A ONU estima em 2,2 milhões o número de deslocados em todo o país.

Cerca de 25 milhões dos 45 milhões de habitantes do Sudão atualmente dependem da ajuda humanitária para sobreviver.

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