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Rússia afirma que Ucrânia tentou assassinar Putin; Kiev nega ataque com drones no Kremlin

A Rússia acusou nesta quarta-feira (3) a Ucrânia de enviar dois drones para atacar o Kremlin, sede do poder em Moscou, denunciando uma tentativa de assassinato do presidente russo, Vladimir Putin, dias antes de grandes celebrações militares no país. Esta é a primeira vez que uma incursão atribuída à Ucrânia ocorre no centro da capital russa, localizada a cerca de 500 quilômetros da fronteira ucraniana.

O presidente russo, Vladimir Putin, participa de uma reunião de gabinete por videoconferência em Moscou, em 2 de maio de 2023.
O presidente russo, Vladimir Putin, participa de uma reunião de gabinete por videoconferência em Moscou, em 2 de maio de 2023. AP - Mikhail Klimentyev
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"Ontem à noite [terça-feira], o regime de Kiev tentou atingir o Kremlin com drones. Dois drones tinham como alvo o Kremlin. Os drones foram desativados pelo uso de sistemas de radar de guerra eletrônica", informou a presidência russa em um comunicado. "Consideramos essas ações como uma tentativa de ato terrorista e um atentado contra a vida do presidente", acrescenta a nota de Moscou, especificando que o líder russo não foi ferido.

Um vídeo postado por alguns meios de comunicação russos nas redes sociais mostra uma nuvem de fumaça acima do Kremlin durante a noite. Não foi possível verificar a veracidade dessas imagens de fonte independente.

Segundo a presidência russa, "não houve vítimas ou danos causados ​​pela queda e dispersão de fragmentos" de drones no Kremlin.

“Dia da vitória”

A tentativa de ataque relatada pelo Kremlin ocorre dias antes das comemorações do "Dia da Vitória", em 9 de maio, quando a Rússia celebra a derrota da Alemanha nazista, em 1945. Vários desfiles militares foram cancelados em todo o território russo, devido a preocupações de segurança. Porém, o porta-voz do governo, Dmitry Peskov, informou nesta quarta-feira que o grande desfile militar na Praça Vermelha de Moscou, o principal evento das celebrações, está mantido, apesar do suposto ataque ao Kremlin.

O prefeito da capital russa, Sergei Sobyanin, anunciou, por sua vez, que os voos de drones serão proibidos em Moscou, exceto com autorização do governo.

Os incidentes envolvendo drones se multiplicaram nos últimos meses na Rússia, visando bases militares ou infraestruturas de energia. Moscou acusa Kiev de estar por trás desses ataques, mas as autoridades ucranianas negaram qualquer envolvimento no caso.

Nos últimos dias, atos de sabotagem ferroviária na província russa de Bryansk, que faz fronteira com a Ucrânia, provocaram o descarrilamento de dois trens. A multiplicação desses incidentes ocorre quando Kiev afirma ter concluído os preparativos para uma grande contraofensiva às forças russas na Ucrânia.

O presidente da Câmara Baixa do Parlamento russo defendeu a "destruição" do governo ucraniano, depois que Moscou afirmou ter frustrado o ataque de drones contra o Kremlin.

"Não pode haver negociações com o regime [do presidente ucraniano Volodymyr] Zelensky. Exigiremos o uso de armas capazes de deter e destruir o regime terrorista de Kiev", disse o presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, no aplicativo de mensagens Telegram.

Ucrânia decreta toque de recolher em Kherson

As autoridades ucranianas anunciaram um toque de recolher de 58 horas a partir de sexta-feira (5) à noite em Kherson, perto da frente de batalha no sul do país.

Em paralelo ao anúncio, Zelensky fez uma viagem surpresa nesta quarta-feira à Finlândia, novo membro da Otan, para participar em uma reunião de cúpula de cinco países nórdicos.

Retomada em novembro em uma contraofensiva de sucesso, a cidade de Kherson permanecerá sob toque de recolher "das 20h (14h de Brasília) de 5 de maio até as 6h (0h de Brasília) de 8 de maio", anunciou no Telegram o comandante da administração militar regional, Oleksander Prokudin. "Durante as 58 horas será proibido caminhar pelas ruas da cidade. Kherson também permanecerá fechada para entrada e saída", acrescentou o militar.

Prokudin justificou as "restrições temporárias" pela "necessidade para que as forças de segurança possam fazer seu trabalho", mas não revelou detalhes.

Apesar de ter sido libertada em novembro, Kherson ainda é alvo de bombardeios frequentes do Exército russo, que está posicionado na outra margem do rio Dnieper, que virou uma fronteira natural entre os dois lados. Nesta quarta, um ataque russo contra um supermercado da cidade matou três civis e deixou cinco feridos, de acordo com o ministro do Interior ucraniano, Igor Klimenko.

(Com informações da AFP)

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