Ucrânia: Rússia bombardeia Kiev horas antes do início de encontro do G7 na Alemanha
A Rússia bombardeou um bairro residencial em Kiev, capital da Ucrânia, neste domingo (26), horas antes do início da cúpula do G7 na Alemanha, quando estará em debate a devastadora ofensiva russa para tomar a região do Donbass, no leste da Ucrânia. A capital ucraniana não registrava ataques russos desde o início de junho, e os deste domingo ocorrem também apenas alguns dias antes do encontro da Otan, que acontecerá em Madri.
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Quatro explosões foram registradas por volta das 06h30 (00h30 em Brasília) em Kiev e atingiram um complexo residencial perto do centro, causando um grande incêndio. Pelo menos duas pessoas foram hospitalizadas, informou no Telegram o prefeito da capital, Vitaly Klitschko, especificando que havia pessoas "sob os escombros", o que poderia aumentar o número de vítimas.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, descreveu os novos bombardeios russos em Kiev como uma "barbárie". "É mais uma barbárie dele", respondeu Biden a jornalistas que lhe perguntaram sobre os ataques russos ao bairro residencial de Kiev, durante sua participação no evento que acontece aos pés dos Alpes, na região alemã da Baviera.
Trata-se de "intimidar os ucranianos (...) dada a proximidade da cúpula da Otan", declarou Klitschko após as explosões. A reunião da Aliança Atlântica, de que a Ucrânia gostaria de fazer parte, acontecerá de 28 a 30 de junho na capital espanhola.
Na cúpula do G7, os líderes das sete principais nações industrializadas - Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos - buscarão, entre outros temas, fortalecer o apoio à Ucrânia.
Ajuda adicional
Londres, que anunciou uma ajuda adicional que pode chegar a US$ 525 milhões, alertou neste sábado (25) contra qualquer "fadiga" no apoio a Kiev, o que poderia favorecer o líder russo Vladimir Putin. O Reino Unido, juntamente com os Estados Unidos, Canadá e Japão, também proibirá a importação de ouro russo como parte das novas sanções impostas a Moscou pela invasão da Ucrânia desde 24 de fevereiro.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, declatou neste sábado que participará por videoconferência da cúpula do G7 diante de um conflito que está entrando em seu quinto mês e que corre o risco de se prolongar. Zelensky, que considera as sanções "insuficientes", solicitará novas entregas de armas pesadas e sistemas de defesa antiaérea para neutralizar o avanço russo.
"Este é um passo na guerra, moralmente difícil, emocionalmente difícil (...) Não é só a destruição das nossas infraestruturas, é também a pressão cínica e calculada sobre as emoções da população", lamentou.
No sábado, os militares relataram um "ataque russo maciço, com mais de 50 mísseis de diversos tipos lançados do ar, mar e terra" na noite anterior vindos de Belarus. Os combatentes enfatizaram que o X-22, Onyx e Iskander eram "extremamente difíceis" de interceptar com dispositivos ucranianos.
O presidente Vladimir Putin, por sua vez, anunciou que seu país entregaria mísseis capazes de transportar ogivas nucleares para Belarus "nos próximos meses". Trata-se do Iskander-M, afirmou o líder russo durante uma reunião com seu homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko, em São Petersburgo, no noroeste da Rússia.
Ambos os líderes também declararam que queriam modernizar a aviação bielorrussa para que esta possa transportar armas nucleares. Minsk não está oficialmente envolvida no conflito, mas, como aliado do Kremlin, fornece apoio logístico.
(Com informações da AFP)
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