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Mianmar: Cardeal divide bolo de Natal com chefe da junta militar e causa indignação

Fotos da principal autoridade católica de Mianmar, o cardeal Charles Bo, compartilhando um bolo de Natal com o chefe da junta militar que lidera a sangrenta repressão contra a dissidência geraram indignação entre os internautas nesta sexta-feira (24).

O cardeal Charles Bo, a mais alta autoridade católica em Mianmar, compartilha um bolo com o chefe da junta militar, general Min Aung Hlaing, em 23 de dezembro de 2021, em Rangoon.
O cardeal Charles Bo, a mais alta autoridade católica em Mianmar, compartilha um bolo com o chefe da junta militar, general Min Aung Hlaing, em 23 de dezembro de 2021, em Rangoon. Handout MYANMAR MILITARY INFORMATION TEAM/AFP
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O cardeal Bo se encontrou com o líder da junta, o general Min Aung Hlaing, nesta quinta-feira (23) para ouvir canções de Natal e "falar sobre assuntos pacíficos e prósperos", informou o jornal governamental New Light of Myanmar.

Bo, nomeado cardeal pelo Papa Francisco em 2015, posteriormente postou em seu Twitter uma foto sua e do general, sorridentes, cortando juntos um bolo de Natal. Outra imagem divulgada pela mídia estatal mostra os dois homens conversando ao pé de uma pequena árvore de Natal enquanto compartilhavam os quitutes natalinos.

O episódio ocorre quando Mianmar encontra-se em uma séria crise desde o golpe para derrubar a chefe de governo birmanesa Aung San Suu Kyi, em fevereiro deste ano. A repressão aos opositores que se seguiu deixou mais de 1,3 mil mortos, de acordo com organizações não governamentais de direitos humanos.

Diversas milícias armadas que se opõem à junta apareceram em todo o país. Alguns dos combates mais mortais ocorreram em áreas predominantemente cristãs, como o estado de Chin, onde o governo dos Estados Unidos relatou em outubro o incêndio de cerca de cem casas e igrejas.

Reações indignadas

“As igrejas dos cristãos estão pegando fogo e, apesar disso, ele concorda em se encontrar com o outro”, comentou um usuário das redes sociais, referindo-se ao cardeal e ao general. “As pessoas não deveriam ir orar onde ele mora”, acrescentou.

"Isso não representa os católicos. Por que você está cortando um bolo com este assassino?", questionou outro internauta.

(Com informações da AFP)

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